(Continuando a reflexão...)
No post anterior, comentei os medos e a insegurança que circulam a vida de uma crossdresser honesta, trabalhadora, que poderia estar roubando ou matando mas que simplesmente quer saber se a loja tem o seu tamanho daquele vestido na vitrine liiiiiiiindo de morrer e que você está doidaaaaa pra usar...
E a resposta para isso é somente uma: infle seu peito, amiga cd, respire fundo e diga "É para mim mesmo!"
Sim, eu sei que é difícil, mas solte. As reações serão as que descrevi no post anterior, nada mais nada menos. E, não se esqueça: elas querem é vender e, ao menos que você tenha um comportamento bastante pouco usual com ela, ela vai esquecer de sua fuça em pouco tempo, salvo se você voltar frequentemente à loja (e, se a procurar e ela for malandra o suficiente, vai fazer de você uma cliente vip, mas aí já não depende mais de você...)
Foi o que fiz hoje...
Apaixonada a mais ou menos uma semana por um vestido que uma colega de trabalho (que não sabe de Vanessa, bem entendido) me mostrou, fui hoje em sua loja e, surpresa, achei uma versão mais longa dele (na verdade, é uma mal disfarçada bandeira do Brasil, bandeira em formato de vestido, apropriada para épocas de Copa do Mundo, como esta agora, de tão má memória pelo seu final, digamos, inusitado). Mas eu a comprei por outro motivo (além, claro, de estar vestida com ele como estou agora em que teclo estas palavras), que contarei adiante.
E a vendedora me perguntou se era para minha mãe ou minha esposa. Refuguei (sim, não sou um exemplo - ainda - de coragem e cara de pau, mas serei um dia, talvez até mesmo amanhã...) e disse que voltaria depois à loja.
Neste meio termo, achei outra loja com dois vestidos lindos, animal print, baratinhos, além de uma bolsa que queria há tempos...nesta loja, ao ser questionada se a pessoa para quem comprava os vestidos era mais comportada ou ousada, disso aquela frase lá de cima. Reação: "Ah, sim, então leva os dois, se você gostou!" (papo de vendedor, né?)
Voltando à primeira loja, confesso após me enrabichar por outro vestido, que era para mim, mas que estava em dúvidas se daria em mim ou não. Reação da vendedora: "Você não quer provar então?" E a vergonha? "Posso?" "Claro, vem cá"...
Outro papo de vendedor...
A propósito, o segundo vestido ficou realmente apertado. Uma pena, pois era uma graça...
Moral da história: nossos medos são infundados. Reações de susto, hesitação ou surpresa são previsíveis, mas as piores reações que imaginamos não. Essas nós mesmas que criamos...
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