Avoengo Diário,
(Nossa, avoengo realmente tirei lá do fundo do baú...mas continue lendo até o final, você vai entender...)
Na realidade queria muito escrever este post pelo menos dois dias atrás, mas alguns fatores externos (tudo resumido como falta de tempo mesmo) me impediram de fazer. Assim, aproveitando uma folga inesperada, eis-me aqui para contar. Segue a notícia!
Bom, voltando ao ponto de onde parei, a tal da festa da família, lembra? Aquela que eu-queria-de-toda-maneira-aparecer-de-menina-e-mostrar-quem-eu-realmente-sou-para-a-família-e-dane-se-as-consequências, lembra? Pois é, nem tanto ao mar, nem tanto ao vento. Fui de menino mas por baixo estava de calcinha e top. Pela calcinha nem tanto, mas o top me colocou em certas situações um tanto quanto constrangedoras, como se afastar sutilmente dos tios/primos/afins/desconhecidos que davam um abraço tão forte quanto o tempo que não te viam, algo do tipo: "Seu sumido, dá cá um abraço", hmmmmm.... (o "hm...." é a pressão do abraço, inversamente proporcional a luta que fazia para desviar sutilmente os braços do saudoso parente para a área que o top abrigava... maaaasss...
Para minha felicidade, senti-me bem lá. Na realidade, tive medo de dar um ataque de criança mimada e surtar por lá com algo como "eu quero usar vestido!", mas felizmente tal não ocorreu. Por via das dúvidas, acabei levando comigo uma muda de roupa para (se minha senhora ler isso cairá dura e serei alvo de um belo esporro mais tarde...), se o clima permitisse, acabar usando.
Mas, querida (agora é para ela), eu não usei e, por mais que a vontade corroesse minhas entranhas, eu guardo ainda um resquício de simancol...
Bom, voltando, tudo corria muito bem, eu me senti feliz em meio aos meus parentes, aquela família italiana que por uma espécie de carma coletivo foi reencarnar toda no sertão cearense (talvez isso explique a origem de meu nome bem como minha paixão por Laura Pausini? Chi lo sa?), quando, de repente, não mais que de repente...
Para quem acredita em sinais, está aí um prato feito, digno da análise dos melhores e piores metafísicos da Nova Era que surgem aos borbotões nas prateleiras das melhores e piores livrarias mundo afora. Só contei o fato, até agora, para uma pessoa, na festa mesmo, que se confessou espírita kardecista, e jurou-me que acredita também nestas coisas, e que espero que esteja lendo este post também. Nem minha senhora sabe disso, saberá agora, isso se a raiva da revelação que fiz dois ou três parágrafos atrás a deixou bufando de raiva e dizendo "não quero nem saber do resto disso...". Vamos ao fato, pois...
Estava eu lá conversando - ou tentando conversar, haja vista o som da música - com a única pessoa que soube deste fato logo depois, quando de repente levanta-se uma tia minha e resolve conversar amenidades. Até aí nada de mais. Segue a transcrição:
- Ô, menino, sabe que você tá ficando cada vez mais parecido com seu pai?
(Não pude deixar de ficar um pouco orgulhosa com tal comparação, se o modo Vanessa estivesse ligado, naquela hora mesmo cairia em lágrimas)
- Verdade, tia? Pois é, a careca não deixa mentir... (disse eu, tirando meu chapéu de sambista, adereço obrigatório na festa cujo tema era boteco)
Ela riu e disse, tirando o chapéu da minha mão:
- Ora, e você lá se importa com isso? Deixa assim mesmo! A pessoa tem é que mostrar o defeito, e não ficar escondendo dos outros! Se você é assim, pra que ficar com coisa tipo querendo esconder dos outros?
Amigos, confesso que gelei com a parte que grifei acima. Fiquei sem reação. E ela arrematou, querendo que eu concordasse:
- Isso, meu filho, é dito da sua avó. Ela sempre falava esse tipo de coisa...
Fiquei mais embasbacada ainda. O pouco tempo que Deus me permitiu um convívio mais próximo com minha avó, nunca ouvi semelhante coisa. Mas é algo muito provável que em algum momento da sua vida ela teria dito isso, pois é algo típico dela.
Então, ela me devolveu o chapéu e me deu uma reflexão. Fiquei parada, lembrando de minha avó, que no dia seguinte completaria três anos de falecida. Teria ela falado comigo, ou mandado uma mensagem despretensiosa do tipo "para de frescura e se mostre logo"?
Antigamente, confesso, acreditava mais neste tipo de coisa. Hoje revelo-me um pouco mais cética, mas pensem bem. Por qual artes do destino eu teria que ouvir esse tipo de coisa, neste exato momento da minha vida e com tudo o que pensei na semana anterior?
Por fim, povo, confesso: o que ouvi naquela hora teve quase o mesmo efeito do dia em que Deus (ou alguém muito próximo dEle), me fez cantar Legião Urbana para me consolar. Teve quase o mesmo efeito. E, para meu mais completo espanto, partindo de uma das últimas pessoas que esperava ouvir isso, talvez a minha tia mais conservadora.
A vida é mesmo cheia de (agradáveis) surpresas...
terça-feira, 2 de junho de 2015
sexta-feira, 29 de maio de 2015
Vergonha, Numa Hora Dessas?
Envergonhado Diário,
São 2:57 da manhã, eu deveria estar escovando os dentes e indo dormir o sono das justas, mas não, estou aqui humildemente pedindo sua atenção para vencer (mais um) de meus fantasmas internos, este aqui chamado vergonha. E, para tanto, peço o auxílio do bom e velho Pai Google de Aruanda, para que nos decifre novamente o que vem a ser essa tal de vergonha:
São 2:57 da manhã, eu deveria estar escovando os dentes e indo dormir o sono das justas, mas não, estou aqui humildemente pedindo sua atenção para vencer (mais um) de meus fantasmas internos, este aqui chamado vergonha. E, para tanto, peço o auxílio do bom e velho Pai Google de Aruanda, para que nos decifre novamente o que vem a ser essa tal de vergonha:
vergonha
substantivo feminino
- 1.desonra que ultraja, humilha; opróbio."a v. de um insulto"
- 2.o sentimento desse ultraje, dessa desonra ou humilhação; opróbio."redimiu sua v. com um duelo"
Não, eu não vou mais amolar Pai Google para saciar a curiosidade de vocês em saber o que é "opróbio". Consultem vocês mesmos, seus preguiçosos!
Então quer dizer que vergonha é tudo aquilo que humilha, ou que nos faz sentir humilhado. Ser servido como prato principal para as malediências alheias realmente não é lá das melhores coisas da vida, passar sempre o resto da vida querendo provar que você é mais do que um simples pedaço de roupa que te identifica como sendo deste ou daquele sexo, essa batalha inglória e inútil que você tem para querer convencer os outros de que você vale alguma coisa quando nem mesmo você acredita que você mesma vale alguma coisa. Ou, como diria o bom e velho Raul Seixas em "Por Quem os Sinos Dobram" (disparadamente a melhor canção dele, com perdão de "Gita"), "Convence as paredes do quarto e dorme tranquilo / sabendo no fundo do peito que não era nada daquilo".
Então chegamos ao final da nossa investigação. Vamos às conclusões:
1 - Vanessa Jones é uma fraude, senhores. É apenas uma tentativa ridícula de um frustrado quase quarentão de choramingar, post após post, a sua desgraça em não nascer mulher;
2 - Como toda c... que se preze, ele nunca, jamais, em tempo algum terá coragem para se assumir, com medo de magoar em especial seus pais e sua senhora, e permanecerá ad aeternum insatisfeito com sua condição;
3 - Portanto, senhores, abandonem este blog agora, deletem-o de sua timeline. Se este é o modelo que vocês esperam de alguém que lhes infunda coragem e destemor ante as intempéries da vida, vocês estão iludidos: desse limão não sairá limonada alguma; ao contrário, ele secará...
Tudo isso agradeça a quem? À vergonha.
Bom, como diria Sun Tzu em sua Arte da Guerra, se você quiser vencer seu inimigo, terá de conhecê-lo. E eu já identifiquei.
A vergonha não perde por esperar... I´ll be back!
Peraí, Deixa Eu Tentar Entender...
Confuso Diário,
Você e os leitores mais espertos que mencionei no final do post anterior devem estar coçando a cabeça agora e fazendo a seguinte pergunta para mim:
"Peraí, Vanessa, deixa eu tentar entender uma coisa: se você se esforça tanto para não dar pinta, não exagerar em seus trejeitos, por que você teria medo de interagir com jovens e idosos se você não passaria essa imagem caricatural para eles?"
Como diria minha senhora, esta é a pergunta de um milhão de dólares, que até deixei em destaque aqui.
E a resposta é... tchan, tchan, tchan, tchan...
Porque, em parte, queira eu ou não, essa é a imagem que os cd´s e afins ainda passam para a humanidade em geral (ainda que tal visão, modestamente, não resista a cinco minutos de uma boa conversa comigo, isso eu garanto) e, em parte (e aí vem o pior...), porque eu ainda tenho, para tristeza de meus admiradores e fãs, um pouco de vergonha de mim mesma, de minha condição.
Surpresos por esta confissão? Sim, eu tenho vergonha...
E no que consistiria essa vergonha?
Vergonha de ter "fracassado" em aceitar meu sexo genético...
Vergonha de ter "sucumbido" às roupas femininas...
Vergonha, em suma, de não aceitar apenas um dos meus diferenciais em relação ao resto da humanidade...
E eu, que pensava em terminar aqui minhas divagações sobre o tema, vejo-me forçada a gastar mais uma folha deste diário para mais algumas reflexões... próximo post, please!
Você e os leitores mais espertos que mencionei no final do post anterior devem estar coçando a cabeça agora e fazendo a seguinte pergunta para mim:
"Peraí, Vanessa, deixa eu tentar entender uma coisa: se você se esforça tanto para não dar pinta, não exagerar em seus trejeitos, por que você teria medo de interagir com jovens e idosos se você não passaria essa imagem caricatural para eles?"
Como diria minha senhora, esta é a pergunta de um milhão de dólares, que até deixei em destaque aqui.
E a resposta é... tchan, tchan, tchan, tchan...
Porque, em parte, queira eu ou não, essa é a imagem que os cd´s e afins ainda passam para a humanidade em geral (ainda que tal visão, modestamente, não resista a cinco minutos de uma boa conversa comigo, isso eu garanto) e, em parte (e aí vem o pior...), porque eu ainda tenho, para tristeza de meus admiradores e fãs, um pouco de vergonha de mim mesma, de minha condição.
Surpresos por esta confissão? Sim, eu tenho vergonha...
E no que consistiria essa vergonha?
Vergonha de ter "fracassado" em aceitar meu sexo genético...
Vergonha de ter "sucumbido" às roupas femininas...
Vergonha, em suma, de não aceitar apenas um dos meus diferenciais em relação ao resto da humanidade...
E eu, que pensava em terminar aqui minhas divagações sobre o tema, vejo-me forçada a gastar mais uma folha deste diário para mais algumas reflexões... próximo post, please!
Caricatura?
Caricatural Diário,
Pesquiso agora na internet a primeira definição que o Pai Google de Aruanda dá para o termo caricatura, e o que encontro?
Pesquiso agora na internet a primeira definição que o Pai Google de Aruanda dá para o termo caricatura, e o que encontro?
caricatura
substantivo feminino
- 1.desenho de pessoa ou de fato que, pelas deformações obtidas por um traço cheio de exageros, se apresenta como forma de expressão grotesca ou jocosa.
- 2.fig. reprodução deformada de alguma coisa."suas obras eram c. de arte moderna"
Mantive o layout do termo para não perder a originalidade! Daqui continuo...
Em suma, uma caricatura é uma descrição deformada, exagerada, de alguma coisa. E esse é talvez um dos traços mais prejudiciais de todo crossdresser ou transexual (para não falar de drag queens, estes então...): o exagero enfático numa feminilidade artificial ou, pior, numa sexualização de seu comportamento que, de tão grotesco, chega a ser agressivo...
Não que as categorias acima listadas sejam desta forma: de uma certa maneira, eles tiveram sua sexualidade tão reprimida que, quando estouram, realmente se apresentam (e aparentam) assim... mas, voltando...
As poucas pessoas além de minha senhora que já tiveram a oportunidade de interagir comigo a bordo de um vestido, uma saia ou alguma outra peça feminina sabem que o meu comportamento, em absoluto, não muda: não falo em falsete (embora confesse que não gosto nem um pouco do meu tom de voz: nas poucas vezes que pude escutar em delay minha voz no celular entrava em pânico), não desmunheco nem começo a agir afetadamente. Permaneço o mesmo (ou melhor, a mesma). Isso porque eu entendo simplesmente o seguinte: a mudança para Vanessa será apenas uma mudança na embalagem, e não no conteúdo: todo a minha vivência, cultura e experiências apenas mudaria de formato, por assim dizer. É como se você transferisse todos os seus arquivos de um computador velho e feio para um bonitinho cor-de-rosa que você imaginaria ser muito mais funcional do que o que você usa atualmente... muito embora, reconheço, essa metáfora que utilizei seja de pouco uso prático na vida real...principalmente para os que vão utilizar a máquina, porque vão julgar que os arquivos são oriundos daquele computador velho e caquético que já não lhe serve mais...
Entenderam? Os leitores mais espertos podem captar uma certa incoerência no que descrevi até aqui, incoerência esta que revelarei no próximo post. Vamos a ele?
Sarcasmos À Parte...
Sarcástico Diário,
Recuperando um pouco do sarcasmo dos posts anteriores, o que mais restou implícito deles? Uma questão, que, sinceramente, não sei bem como colocar ou expor no papel, sobre um sentimento que... bom, vou tentar explicar através de alguns tortos raciocínios que fiz hoje pela manhã...
A verdade é que, atrás deste mundo de sonho que imagino para mim quando abrir meus olhos pela manhã e pensar: "daqui por diante passarei a viver como mulher", existe muita coisa a ser feita... uma delas é parar de acreditar que minha versão feminina somente serviria para consumo a partir dos 18 anos até, vamos lá, 60 anos...
Entendeu? É como se você se sentisse inadequada para conviver com crianças e adolescentes por, sei lá, ser uma potencial má influência para eles, um péssimo exemplo ou algo do gênero, e da mesma forma inadequada para conviver com pessoas mais velhas do que você, que teriam uma visão distinta (e valores distintos também) dos dele...
Em ambos os exemplos, você seria considerada, como coloquei anteriormente... uma aberração!
Aberração porque você foge dos padrões normais do que se espera para uma pessoa, ou seja, é aquilo que batizo de complexo de flamenguista (os anti-flamenguistas é que vão adorar isso!), ou seja, uma vez aquilo, sempre aquilo. Você não pode fugir dos padrões, sob pena de (1) se marginalizar e (2), literalmente procurar sua turma, ou seja, se "guetizar" (tirei do termo "gueto"), ou seja, espaços mais ou menos liberais em que você seria aceito ou aceita pelo que você é, e não pelo perigo ou excentricidade que isso representa...
Mas a questão da aberração tem raízes mais profundas. Está ligado a um negócio chamado... (tampem os ouvidos, tirem as crianças da sala!) sexo!
Sim, o bom, velho e mal falado sexo. No momento em que você se apresenta para os outros, especialmente para os menores de 18 e os maiores de 60, fatalmente você se apresenta como uma ameaça para eles. Para os menores, sob a forma de má influência para uma futura vida sexual (ainda que a sua seja menos movimentada do que a de um padre) ou de uma ofensa aos seus valores tradicionais, no caso dos maiores...
Por isso tamanho receio em aparecer vanessizada para os baixinhos e altinhos (Xuxa curtiria isso!): porque, no fundo, no fundo, eu não consigo conceber Vanessa como algo mais além do mero desejo sexual, ou fetiche, podemos dizer assim, de viver como mulher. Ou, em outras palavras, repetindo a conclusão que cheguei hoje pela manhã, a Vanessa que vivo hoje é apenas uma caricatura da mulher que quero ser. Mas isso é assunto para um próximo post...
Recuperando um pouco do sarcasmo dos posts anteriores, o que mais restou implícito deles? Uma questão, que, sinceramente, não sei bem como colocar ou expor no papel, sobre um sentimento que... bom, vou tentar explicar através de alguns tortos raciocínios que fiz hoje pela manhã...
A verdade é que, atrás deste mundo de sonho que imagino para mim quando abrir meus olhos pela manhã e pensar: "daqui por diante passarei a viver como mulher", existe muita coisa a ser feita... uma delas é parar de acreditar que minha versão feminina somente serviria para consumo a partir dos 18 anos até, vamos lá, 60 anos...
Entendeu? É como se você se sentisse inadequada para conviver com crianças e adolescentes por, sei lá, ser uma potencial má influência para eles, um péssimo exemplo ou algo do gênero, e da mesma forma inadequada para conviver com pessoas mais velhas do que você, que teriam uma visão distinta (e valores distintos também) dos dele...
Em ambos os exemplos, você seria considerada, como coloquei anteriormente... uma aberração!
Aberração porque você foge dos padrões normais do que se espera para uma pessoa, ou seja, é aquilo que batizo de complexo de flamenguista (os anti-flamenguistas é que vão adorar isso!), ou seja, uma vez aquilo, sempre aquilo. Você não pode fugir dos padrões, sob pena de (1) se marginalizar e (2), literalmente procurar sua turma, ou seja, se "guetizar" (tirei do termo "gueto"), ou seja, espaços mais ou menos liberais em que você seria aceito ou aceita pelo que você é, e não pelo perigo ou excentricidade que isso representa...
Mas a questão da aberração tem raízes mais profundas. Está ligado a um negócio chamado... (tampem os ouvidos, tirem as crianças da sala!) sexo!
Sim, o bom, velho e mal falado sexo. No momento em que você se apresenta para os outros, especialmente para os menores de 18 e os maiores de 60, fatalmente você se apresenta como uma ameaça para eles. Para os menores, sob a forma de má influência para uma futura vida sexual (ainda que a sua seja menos movimentada do que a de um padre) ou de uma ofensa aos seus valores tradicionais, no caso dos maiores...
Por isso tamanho receio em aparecer vanessizada para os baixinhos e altinhos (Xuxa curtiria isso!): porque, no fundo, no fundo, eu não consigo conceber Vanessa como algo mais além do mero desejo sexual, ou fetiche, podemos dizer assim, de viver como mulher. Ou, em outras palavras, repetindo a conclusão que cheguei hoje pela manhã, a Vanessa que vivo hoje é apenas uma caricatura da mulher que quero ser. Mas isso é assunto para um próximo post...
quinta-feira, 28 de maio de 2015
Família III - O Sarcasmo
Familiar Diário,
Os leitores mais atentos vão perceber que escrevi anteriormente que uma prima, até então a única que sabia de mim... pois bem, é verdade. A verdade começa a penetrar (sem duplo sentido, por favor!) na família, e mais uma prima querida, que espero que esteja lendo este blog, também soube de mim. Obviamente, o roteiro não saiu diferente do que sempre acontece em situações como esta, que basicamente é o seguinte:
Vanessa - Eu gosto de me vestir de mulher
Pessoa - Hahahaha, tu tá de sacanagem! (o tempo de risada varia de acordo com o humor do interlocutor)
V - Estou não (e tento ser o mais séria possível)
P - Ah, para, seu sacana.
(Eu paro, realmente. Fico séria)
P - É verdade isso? Mas, como assim? Desde quando? ("Desde quando eu era um espermatozóide pulando no saco de papai pensava em usar batom, querida!")
Aí a conversa envereda para os tópicos obrigatórios:
P - Mas sua mulher? Ela sabe? E teus pais? Eles sabem? Sabe(m)?! E o que diz(em)?!
Depois de uma meia hora explicando que até a foto dos seus pais já te viu perambulando de camisola pela casa, a pessoa começa a cair em si:
P - Nossa... deve ter sido muito difícil para você, né? (Nada! Parafraseando o sumido Jota Quest, foi "fácil, extremamente fácil, pra você e eu e todo mundo sacanear junto...")
E aí a pessoa termina a conversa contigo exaltando sua coragem (Hein? Cadê?) e dizendo que deseja toda a sorte do mundo (eu não jogo na sena...) para você e lhe dando dicas de como superar isso (como se todos fossem experts neste assunto...)
Antes que as primas para quem contei achem que eu as estou sacaneando, advirto: não estou. Até porque, nosso interlocutor acima vai encerrar fatalmente a conversa com esse batido chavão: "Você desculpa a minha reação, mas nunca ouvi falar nisso antes". E você, com pena do sujeito, se sente portador de uma síndrome que acomete 1 em cada trezentos milhões de habitantes no mundo (o que, convenhamos, tem lá o seu fundo de verdade, nem tanto pela raridade, mas mais pela síndrome mesmo...)
E eu tenho que entender como o mundo reage a mim. Como algo, na mais branda das hipóteses, exótico, um "eu, hein, cada coisa..." ambulante...
Mas, fica aqui a pergunta: como o mundo vai me entender? De novo, Legião, "Quase sem querer": "Quantas chances desperdicei quando o que eu mais queria era provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém..."
Perdoem o sarcasmo. Mas vocês imaginam se passo por essa conversa umas vinte vezes na festa? Cadê a paciência que falei no post anterior? Só mesmo se juntasse todo mundo e fizesse um discurso. Ei, espere aí, sabe que não é uma má ideia? Hmmmm.....
(Tremei, primas! Aguardem a festa!!! #preparandoodiscurso)
PS.: Para não terminar este post muito deprê, fiquem com a música que mencionei acima. Eu já falei aqui o quão ela é importante para mim. Tenham paciência e achem! Tchau!
Os leitores mais atentos vão perceber que escrevi anteriormente que uma prima, até então a única que sabia de mim... pois bem, é verdade. A verdade começa a penetrar (sem duplo sentido, por favor!) na família, e mais uma prima querida, que espero que esteja lendo este blog, também soube de mim. Obviamente, o roteiro não saiu diferente do que sempre acontece em situações como esta, que basicamente é o seguinte:
Vanessa - Eu gosto de me vestir de mulher
Pessoa - Hahahaha, tu tá de sacanagem! (o tempo de risada varia de acordo com o humor do interlocutor)
V - Estou não (e tento ser o mais séria possível)
P - Ah, para, seu sacana.
(Eu paro, realmente. Fico séria)
P - É verdade isso? Mas, como assim? Desde quando? ("Desde quando eu era um espermatozóide pulando no saco de papai pensava em usar batom, querida!")
Aí a conversa envereda para os tópicos obrigatórios:
P - Mas sua mulher? Ela sabe? E teus pais? Eles sabem? Sabe(m)?! E o que diz(em)?!
Depois de uma meia hora explicando que até a foto dos seus pais já te viu perambulando de camisola pela casa, a pessoa começa a cair em si:
P - Nossa... deve ter sido muito difícil para você, né? (Nada! Parafraseando o sumido Jota Quest, foi "fácil, extremamente fácil, pra você e eu e todo mundo sacanear junto...")
E aí a pessoa termina a conversa contigo exaltando sua coragem (Hein? Cadê?) e dizendo que deseja toda a sorte do mundo (eu não jogo na sena...) para você e lhe dando dicas de como superar isso (como se todos fossem experts neste assunto...)
Antes que as primas para quem contei achem que eu as estou sacaneando, advirto: não estou. Até porque, nosso interlocutor acima vai encerrar fatalmente a conversa com esse batido chavão: "Você desculpa a minha reação, mas nunca ouvi falar nisso antes". E você, com pena do sujeito, se sente portador de uma síndrome que acomete 1 em cada trezentos milhões de habitantes no mundo (o que, convenhamos, tem lá o seu fundo de verdade, nem tanto pela raridade, mas mais pela síndrome mesmo...)
E eu tenho que entender como o mundo reage a mim. Como algo, na mais branda das hipóteses, exótico, um "eu, hein, cada coisa..." ambulante...
Mas, fica aqui a pergunta: como o mundo vai me entender? De novo, Legião, "Quase sem querer": "Quantas chances desperdicei quando o que eu mais queria era provar pra todo mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém..."
Perdoem o sarcasmo. Mas vocês imaginam se passo por essa conversa umas vinte vezes na festa? Cadê a paciência que falei no post anterior? Só mesmo se juntasse todo mundo e fizesse um discurso. Ei, espere aí, sabe que não é uma má ideia? Hmmmm.....
(Tremei, primas! Aguardem a festa!!! #preparandoodiscurso)
PS.: Para não terminar este post muito deprê, fiquem com a música que mencionei acima. Eu já falei aqui o quão ela é importante para mim. Tenham paciência e achem! Tchau!
Família II - Desabafo
Familiar Diário,
Como provavelmente não possa ter ficado subentendido no post anterior, um dos motivos (não o dominante, gostaria de ressaltar) para que me afastasse da família é um tão estúpido quanto (até o momento) inviável: eu queria estar entre eles como Vanessa.
Isso. Vou deixar uns cinco minutos aqui para você rir. Rir a bandeiras despregadas. hahahaha, kkkk, o que mais for. Pronto, acabou?
"Então você passa a vida toda como homem, some da sua família e quando volta, volta como menina, sem mais nem menos e nenhuma explicação? E a gostosa ainda pretende ser a rainha do baile, zanzando entre tios, primos de primeiro e segundo grau como se nada acontecesse, como se quase todo mundo não fosse te sacanear, falar pelas costas ou ligar para seus pais e dizer o absurdo que foi aquele homem peludo de vestido? Ora, Vanessa, faça-me o favor, pois não?"
Bom, este último parágrafo resumiu todas as minhas impossiblidades. E mostra como é difícil, simplesmente, ser natural ou se mostrar como parte de um grupo sem ser considerada uma aberração, ainda que este grupo te acolhesse como um dos seus enquanto você ainda usava calças.
Aberração. Como falei no início do último post, essa é a pedreira que eu teria que quebrar. A da minha imagem vista (principalmente por mim) como uma aberração.
Calma, eu sei que esta conversa é mais para psicólogos, psiquiatras e afins, mas estou apenas desabafando. Como eu posso agir de forma natural, sem que eu pareça algo totalmente estranho aos olhos dos conhecidos.
Afinal, todas as vezes que andei por aí como Vanessa simplesmente circulei entre estranhos, o pipoqueiro que me vendeu um saquinho era um ilustre desconhecido, o dono do sebo que me respondeu se tinha um determinado livro eu nunca tinha visto mais gordo...
Mas, e quando aquela tia fofa estiver na sua frente vendo seu sobrinho de vestido?
E quando aquela prima que você adora te ver de saia?
E quando aquele marido da tua prima olhar para você, dizer que está tudo bem e cochichar com alguém logo depois... e você pode apostar a sua vida que você é o assunto!
E quando aquele filho de uma prima (pensou que iria falar outra coisa, não?) que não entende nada disso lhe perguntar na cara dura "Porque você se veste de mulher?" E você, pacientemente, tendo que discorrer sobre que diabos é o tal do crossdresser ("Sabe o Laerte?" "Não" "Então a Xana da novela que acabou?" "Ah, você é isso?")
(Outro parêntese: como você pode perceber, a vida é muuuuuito irônica: povoou o lado paterno de mulheres, ou seja, salvo raras e benditos-frutos exceções, só tem mulher lá! Imagine a TPM! Só se esqueceu de euzinha aqui... Ah, vida, sua grande sacana... fecha o parêntese)
Respirou fundo? Parou de rir? Sacou qual é o meu drama?
"Ih, tu tá fresco hoje, hein? Vai procurar um psicólogo!"
Ok, psicólogo pode ajudar. Mas ele não vai entrar na cabeça de cada um que vai falar contigo e dizer algo do tipo "Ei, liga não, ele é maluco assim mas é gente boa...". O que ele pode te fazer é encarar a coisa com duas coisas que eu preciso urgentemente. Duas não, três...
Coragem. Em escalas industriais. Aos quilos. Aos litros, se tiver. Quanto mais e em qualidades diversas melhor. Isso eu preciso muito, com urgência. Pra ontem!
Humor. O dissolvente universal da cara amarrada. Nem sempre ajuda, é verdade, mas pelo menos você aprende a defecar e perambular lindamente tal qual um cavalo numa parada de 7 de setembro. Isso, eu reconheço, até tenho em certa quantidade.
Ah, e paciência. Porque a vontade que eu tenho seria a de andar com uma plaquinha ou um folheto do tipo "Tudo o que você queria saber sobre mim mas tinha vergonha ou não parou de rir ainda com meu novo look", obviamente com o link deste blog.
Ah, crossdressers, os maçons das minorias sexuais...
Próximo post, please!
Como provavelmente não possa ter ficado subentendido no post anterior, um dos motivos (não o dominante, gostaria de ressaltar) para que me afastasse da família é um tão estúpido quanto (até o momento) inviável: eu queria estar entre eles como Vanessa.
Isso. Vou deixar uns cinco minutos aqui para você rir. Rir a bandeiras despregadas. hahahaha, kkkk, o que mais for. Pronto, acabou?
"Então você passa a vida toda como homem, some da sua família e quando volta, volta como menina, sem mais nem menos e nenhuma explicação? E a gostosa ainda pretende ser a rainha do baile, zanzando entre tios, primos de primeiro e segundo grau como se nada acontecesse, como se quase todo mundo não fosse te sacanear, falar pelas costas ou ligar para seus pais e dizer o absurdo que foi aquele homem peludo de vestido? Ora, Vanessa, faça-me o favor, pois não?"
Bom, este último parágrafo resumiu todas as minhas impossiblidades. E mostra como é difícil, simplesmente, ser natural ou se mostrar como parte de um grupo sem ser considerada uma aberração, ainda que este grupo te acolhesse como um dos seus enquanto você ainda usava calças.
Aberração. Como falei no início do último post, essa é a pedreira que eu teria que quebrar. A da minha imagem vista (principalmente por mim) como uma aberração.
Calma, eu sei que esta conversa é mais para psicólogos, psiquiatras e afins, mas estou apenas desabafando. Como eu posso agir de forma natural, sem que eu pareça algo totalmente estranho aos olhos dos conhecidos.
Afinal, todas as vezes que andei por aí como Vanessa simplesmente circulei entre estranhos, o pipoqueiro que me vendeu um saquinho era um ilustre desconhecido, o dono do sebo que me respondeu se tinha um determinado livro eu nunca tinha visto mais gordo...
Mas, e quando aquela tia fofa estiver na sua frente vendo seu sobrinho de vestido?
E quando aquela prima que você adora te ver de saia?
E quando aquele marido da tua prima olhar para você, dizer que está tudo bem e cochichar com alguém logo depois... e você pode apostar a sua vida que você é o assunto!
E quando aquele filho de uma prima (pensou que iria falar outra coisa, não?) que não entende nada disso lhe perguntar na cara dura "Porque você se veste de mulher?" E você, pacientemente, tendo que discorrer sobre que diabos é o tal do crossdresser ("Sabe o Laerte?" "Não" "Então a Xana da novela que acabou?" "Ah, você é isso?")
(Outro parêntese: como você pode perceber, a vida é muuuuuito irônica: povoou o lado paterno de mulheres, ou seja, salvo raras e benditos-frutos exceções, só tem mulher lá! Imagine a TPM! Só se esqueceu de euzinha aqui... Ah, vida, sua grande sacana... fecha o parêntese)
Respirou fundo? Parou de rir? Sacou qual é o meu drama?
"Ih, tu tá fresco hoje, hein? Vai procurar um psicólogo!"
Ok, psicólogo pode ajudar. Mas ele não vai entrar na cabeça de cada um que vai falar contigo e dizer algo do tipo "Ei, liga não, ele é maluco assim mas é gente boa...". O que ele pode te fazer é encarar a coisa com duas coisas que eu preciso urgentemente. Duas não, três...
Coragem. Em escalas industriais. Aos quilos. Aos litros, se tiver. Quanto mais e em qualidades diversas melhor. Isso eu preciso muito, com urgência. Pra ontem!
Humor. O dissolvente universal da cara amarrada. Nem sempre ajuda, é verdade, mas pelo menos você aprende a defecar e perambular lindamente tal qual um cavalo numa parada de 7 de setembro. Isso, eu reconheço, até tenho em certa quantidade.
Ah, e paciência. Porque a vontade que eu tenho seria a de andar com uma plaquinha ou um folheto do tipo "Tudo o que você queria saber sobre mim mas tinha vergonha ou não parou de rir ainda com meu novo look", obviamente com o link deste blog.
Ah, crossdressers, os maçons das minorias sexuais...
Próximo post, please!
Família I - Introdução
Familiar Diário,
Esta semana tem se revelado de especial interesse para mim... e, hoje, voltando do trabalho, descobri mais uma pedreira que terei que fazer em pedacinhos... explico:
Talvez uma dos maiores obstáculos internos que me impedem de me assumir como Vanessa (descobri hoje) é a questão de como me comportar, digamos, de forma natural, ou melhor, como assumir esta nova maneira de viver perante as pessoas mais próximas a mim. Não, não me refiro apenas à trindade Pai-Mãe-Esposa, mas, por exemplo, ao restante da minha família.
(Como você pode notar, desde quando comecei esta fase mais intimista, sem publicar meus posts no feicibuqui, estou tendendo a soltar mais características pessoais minhas... digamos que é tal da vontade de bater asas mais rápido que está fazendo isso... mas fechemos os parênteses e continuemos o texto).
O lado paterno da minha família é muito unido. Talvez uma família italiana, típica, daquelas chefiadas por um simpático casal de nonno e nonna não fosse tão unido (apesar, claro, das várias fissuras internas que uma família de dez irmãos naturalmente traz), mas são.
E eu, por várias circunstâncias, acabei um pouco me afastando da família, sabe? Na verdade, no fundo, no fundo, a única oportunidade que tive de me aproximar um pouco dela foi o curto período de aproximadamente três anos que fiquei com eles enquanto eu fazia faculdade. Mas várias coisas acabaram me afastando: a cidade em que passei a morar, novas amizades, novos amores, uma nova religião... tudo isso contribuiu para que eu acabasse meio que de lado na família.
E qual a razão de estar tão nostálgica hoje? Calma, cocada, já chego lá...
Há algum tempo, algumas primas resolveram montar um encontro meio festivo e temático em que todo mundo (ou quase todo mundo, lembrem-se da ausente aqui!) resolvesse se encontrar. Que eu me lembre já teve festa de halloween, havaí, e, nesta semana, tem mais uma edição dela, cujo tema é boteco.
Bom, desnecessário dizer que nunca estive em nenhum festerê destes. As razões foram várias, a maioria compromissos que eu teria no dia ou no dia seguinte... além dos locais geralmente não serem lá muito próximos de mim (lembrem-se de novo: sua Vanessinha não é motorizada...)
Mas desta vez recebi um convite de uma carona de uma prima (até então, a única que sabia de Vanessa) que disse que desta vez não teria desculpas, eu iria e voltaria para casa com elas. Aceitei na hora! E nessa hora entrei em paranoia! Explico no próximo post!
Esta semana tem se revelado de especial interesse para mim... e, hoje, voltando do trabalho, descobri mais uma pedreira que terei que fazer em pedacinhos... explico:
Talvez uma dos maiores obstáculos internos que me impedem de me assumir como Vanessa (descobri hoje) é a questão de como me comportar, digamos, de forma natural, ou melhor, como assumir esta nova maneira de viver perante as pessoas mais próximas a mim. Não, não me refiro apenas à trindade Pai-Mãe-Esposa, mas, por exemplo, ao restante da minha família.
(Como você pode notar, desde quando comecei esta fase mais intimista, sem publicar meus posts no feicibuqui, estou tendendo a soltar mais características pessoais minhas... digamos que é tal da vontade de bater asas mais rápido que está fazendo isso... mas fechemos os parênteses e continuemos o texto).
O lado paterno da minha família é muito unido. Talvez uma família italiana, típica, daquelas chefiadas por um simpático casal de nonno e nonna não fosse tão unido (apesar, claro, das várias fissuras internas que uma família de dez irmãos naturalmente traz), mas são.
E eu, por várias circunstâncias, acabei um pouco me afastando da família, sabe? Na verdade, no fundo, no fundo, a única oportunidade que tive de me aproximar um pouco dela foi o curto período de aproximadamente três anos que fiquei com eles enquanto eu fazia faculdade. Mas várias coisas acabaram me afastando: a cidade em que passei a morar, novas amizades, novos amores, uma nova religião... tudo isso contribuiu para que eu acabasse meio que de lado na família.
E qual a razão de estar tão nostálgica hoje? Calma, cocada, já chego lá...
Há algum tempo, algumas primas resolveram montar um encontro meio festivo e temático em que todo mundo (ou quase todo mundo, lembrem-se da ausente aqui!) resolvesse se encontrar. Que eu me lembre já teve festa de halloween, havaí, e, nesta semana, tem mais uma edição dela, cujo tema é boteco.
Bom, desnecessário dizer que nunca estive em nenhum festerê destes. As razões foram várias, a maioria compromissos que eu teria no dia ou no dia seguinte... além dos locais geralmente não serem lá muito próximos de mim (lembrem-se de novo: sua Vanessinha não é motorizada...)
Mas desta vez recebi um convite de uma carona de uma prima (até então, a única que sabia de Vanessa) que disse que desta vez não teria desculpas, eu iria e voltaria para casa com elas. Aceitei na hora! E nessa hora entrei em paranoia! Explico no próximo post!
sexta-feira, 15 de maio de 2015
Laura Pausini
Pausiniano Diário,
Hoje, 16 de maio, a minha, a sua, a nossa musa Laura Pausini completa 41 felizes anos de existência terrena! Longa vida a ela! E resolvi fazer dela mais uma vez assunto de post. Desta vez, com um approach diferente: como ela entrou na minha vida e a importância dela no permanente making of de Vanessa...
Escuto Laura há mais de vinte anos. E, para uma menina com quase a idade dela, como eu, isso significa metade da minha vida. E, obviamente, ela surgiu bem antes de Vanessa surgir na minha vida, mas ela deu um importante empurrão para que Vanessa aparecesse. Já já explico...
Imaginem vocês no início da década de 90, quais as músicas que um rapaz recém saído da adolescência ouviria. Laura Pausini, cantando em espanhol La Soledad seria uma das últimas opções. Ou, então, uma opção diria pouco menos ortodoxa...
Mas foi assim que começou. Em espanhol, depois, ao descobrir que se tratava de uma italiana, na sua língua pátria. Ajudou também o fato de na época estar estudando a língua de Dante. De certo modo ela foi minha professora... o pouco que sei desta língua devo - e muito - a ela.
Mas admitir a importância dela, pelo menos no início, para mim, era uma eterna justificação de que "apesar-de-escutar-laura-pausini-eu-não-sou-gay", ou algo do gênero. Mas nada me convencia do contrário, e, pior, a coisa só piorava...
A coisa só piorava porque eu passei a escutar muito suas músicas. E ela, em cada cd, tinha uma ou duas faixas que eu chamava de "auto-ajuda", tipo, aquelas músicas que você tinha que escutar quando estava para baixo, triste da vida. Foi assim que músicas como "Il Coraggio Che Non C´È", "Ascolta Il Tuo Cuore" e "Fidati di Me" (esta para mim uma das maiores injustiçadas em termos de coletâneas dela).
E aí Laura passou a ser para mim algo muito familiar. A irmã que eu não tive (lembrem-se, ela é um pouco mais velha que eu...). Aquela para quem eu apelava para me consolar nas minhas tristezas da vida...
Agora há pouco, fiquei bem umas duas horas, das onze à uma da manhã, vendo alguns clipes dela. E pude relembrar vários trechos da minha vida, amores perdidos, strani amori que vinham e se iam de modo tão esquisito, e para cada uma destas situações eu tinha uma canção dela para sacar da mente, para consolo, para alegria ou simplesmente distração...
Isso sem contar nas aproximadamente meia dúzia de vezes que sem querer querendo sonhei com ela...
Claro, elegendo-a como a irmã que nunca tive, algo mais estranho começou a ocorrer,,, não sei se seriam estas as palavras corretas, mas era como se minha alma começasse a ter uma voz. E era a voz dela...
Então, para cada cd novo, para cada música nova, era como se a minha própria alma cantasse, a minha própria alma se expressasse...
Mas, que alma? Ora, você é um homem, sua alma tem que ter voz masculina.
Mas não. A minha alma tinha a voz, o timbre dela.
E antes que você pense, não, não me tornei Vanessa por causa da Laura. Mas Laura que me chamou a atenção para Vanessa, que me dizia que eu deveria escutar meu coração, ainda que sofresse, sofrimento esse que ela passou, mas que mesmo assim eu ainda deveria confiar nela. Que dizia para eu vivê-la ainda que todo o mundo fosse contra, que eu deveria mergulhar dentro de mim e retornar para o exterior límpida...
Quem é pausiniana, como eu, sabe de cor que músicas que me referi no último parágrafo. E sabe que tudo isso é a mais pura e pausiniana verdade...
Mas, ainda assim, não aceitava ou não tinha consciência disso... até 4 de outubro de 2009...
Neste dia Vanessa já existia, mas não era tão ousada como hoje. Mas tinha um show dela (o último aliás, no Rio). E eu fui. Mas...
Eu fui devidamente maquiada e de bolsa. Só não me vesti completa porque não tive a coragem que hoje tenho.
E por qual razão fiz isso? Até hoje a única resposta que me veio à cabeça era "porque eu queria me encontrar com Laura da maneira como eu era realmente".
E neste dia eu me rendi: desde a primeira vez eu sempre escutei Laura para alimentar minha alma feminina. Para dizer a ela que apesar de tudo ela tem uma voz em quem se apoiar. E a voz era dela. Quem dava esperança para a alma era ela.
Ah, um aviso: apesar dos pesares, sou crítica quanto aos trabalhos dela. Algumas músicas dela eu simplesmente não gosto (In Assenza di Te é uma delas). E existem outros cantores que adoro, amo de paixão.
Mas Laura para mim está num outro patamar. Não é simplesmente uma cantora, para mim é A cantora, pouco me importando opiniões e críticas, seja lá de onde venham.
Porque sua voz é minha alma.
Límpida.
Hoje, 16 de maio, a minha, a sua, a nossa musa Laura Pausini completa 41 felizes anos de existência terrena! Longa vida a ela! E resolvi fazer dela mais uma vez assunto de post. Desta vez, com um approach diferente: como ela entrou na minha vida e a importância dela no permanente making of de Vanessa...
Escuto Laura há mais de vinte anos. E, para uma menina com quase a idade dela, como eu, isso significa metade da minha vida. E, obviamente, ela surgiu bem antes de Vanessa surgir na minha vida, mas ela deu um importante empurrão para que Vanessa aparecesse. Já já explico...
Imaginem vocês no início da década de 90, quais as músicas que um rapaz recém saído da adolescência ouviria. Laura Pausini, cantando em espanhol La Soledad seria uma das últimas opções. Ou, então, uma opção diria pouco menos ortodoxa...
Mas foi assim que começou. Em espanhol, depois, ao descobrir que se tratava de uma italiana, na sua língua pátria. Ajudou também o fato de na época estar estudando a língua de Dante. De certo modo ela foi minha professora... o pouco que sei desta língua devo - e muito - a ela.
Mas admitir a importância dela, pelo menos no início, para mim, era uma eterna justificação de que "apesar-de-escutar-laura-pausini-eu-não-sou-gay", ou algo do gênero. Mas nada me convencia do contrário, e, pior, a coisa só piorava...
A coisa só piorava porque eu passei a escutar muito suas músicas. E ela, em cada cd, tinha uma ou duas faixas que eu chamava de "auto-ajuda", tipo, aquelas músicas que você tinha que escutar quando estava para baixo, triste da vida. Foi assim que músicas como "Il Coraggio Che Non C´È", "Ascolta Il Tuo Cuore" e "Fidati di Me" (esta para mim uma das maiores injustiçadas em termos de coletâneas dela).
E aí Laura passou a ser para mim algo muito familiar. A irmã que eu não tive (lembrem-se, ela é um pouco mais velha que eu...). Aquela para quem eu apelava para me consolar nas minhas tristezas da vida...
Agora há pouco, fiquei bem umas duas horas, das onze à uma da manhã, vendo alguns clipes dela. E pude relembrar vários trechos da minha vida, amores perdidos, strani amori que vinham e se iam de modo tão esquisito, e para cada uma destas situações eu tinha uma canção dela para sacar da mente, para consolo, para alegria ou simplesmente distração...
Isso sem contar nas aproximadamente meia dúzia de vezes que sem querer querendo sonhei com ela...
Claro, elegendo-a como a irmã que nunca tive, algo mais estranho começou a ocorrer,,, não sei se seriam estas as palavras corretas, mas era como se minha alma começasse a ter uma voz. E era a voz dela...
Então, para cada cd novo, para cada música nova, era como se a minha própria alma cantasse, a minha própria alma se expressasse...
Mas, que alma? Ora, você é um homem, sua alma tem que ter voz masculina.
Mas não. A minha alma tinha a voz, o timbre dela.
E antes que você pense, não, não me tornei Vanessa por causa da Laura. Mas Laura que me chamou a atenção para Vanessa, que me dizia que eu deveria escutar meu coração, ainda que sofresse, sofrimento esse que ela passou, mas que mesmo assim eu ainda deveria confiar nela. Que dizia para eu vivê-la ainda que todo o mundo fosse contra, que eu deveria mergulhar dentro de mim e retornar para o exterior límpida...
Quem é pausiniana, como eu, sabe de cor que músicas que me referi no último parágrafo. E sabe que tudo isso é a mais pura e pausiniana verdade...
Mas, ainda assim, não aceitava ou não tinha consciência disso... até 4 de outubro de 2009...
Neste dia Vanessa já existia, mas não era tão ousada como hoje. Mas tinha um show dela (o último aliás, no Rio). E eu fui. Mas...
Eu fui devidamente maquiada e de bolsa. Só não me vesti completa porque não tive a coragem que hoje tenho.
E por qual razão fiz isso? Até hoje a única resposta que me veio à cabeça era "porque eu queria me encontrar com Laura da maneira como eu era realmente".
E neste dia eu me rendi: desde a primeira vez eu sempre escutei Laura para alimentar minha alma feminina. Para dizer a ela que apesar de tudo ela tem uma voz em quem se apoiar. E a voz era dela. Quem dava esperança para a alma era ela.
Ah, um aviso: apesar dos pesares, sou crítica quanto aos trabalhos dela. Algumas músicas dela eu simplesmente não gosto (In Assenza di Te é uma delas). E existem outros cantores que adoro, amo de paixão.
Mas Laura para mim está num outro patamar. Não é simplesmente uma cantora, para mim é A cantora, pouco me importando opiniões e críticas, seja lá de onde venham.
Porque sua voz é minha alma.
Límpida.
sexta-feira, 1 de maio de 2015
Do Anonimato Quase Público (Ou Vice-Versa...)
Anônimo Diário,
Este talvez seja um dos posts mais importantes deste blog. E, curiosamente, o que farei menos alarde no feicibuqui, E tenho um motivo para isso...
Se você acompanhou minha vida de crossdresser desde 29 de junho passado sabe que este blog era mais ou menos como uma represa prestes a estourar. Explico: as pessoas que sabem quem eu sou realmente conheceram pouco a pouco o blog, e começaram a se encantar (sabe-se lá a razão...) com minhas peripécias... viagens a São Paulo, Friburgo, tudo bem documentado, e narrado com pitadas de inocência e maldade que revelam mais ou menos a imagem de uma borboleta saindo do casulo, ou como uma das analogias mais grotescas que eu conheço, sair do armário (pior que esta é quando me perguntam se eu me monto... como assim? Eu - ou o meu lado feminino - lá é Lego para ser montado?). Mas tudo dentro do mais absoluto e restrito sigilo.
Aí eu pergunto para quem NÃO me conhece e NÃO tem a mínima ideia de quem eu sou: o que vocês sabem sobre mim? O básico que informei no "Quem sou eu" do blog e nada mais. Sim, sou casada, amo ler Nova, amo Laura Pausini. Onde eu moro? Em algum lugar da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o que diminui consideravelmente as opções de busca de Vanessinha, dos iniciais 200 milhões de brasileiros para pouco mais que, sei lá, dez milhões. Já dei uma ajudada, não é?
Fora isso, o que mais se sabe sobre mim?
Este é o ponto.
Uns dias atrás, comecei a ter uma verdadeira noção do alcance deste blog e vi que não era lá muita coisa. Algo como se eu não avisasse as pessoas através do feicibuqui que eu acabei de postar uma ou outra coisa, ninguém iria se tocar, ninguém iria se interessar, ninguém iria ler.
É, guardadas as devidas proporções - e se uma determinada amiga desta blogueira ler isso sabe o quanto eu uso esta expressão - mais ou menos como uma atriz que quer ser reconhecida nas ruas mas que quase ninguém sabe quem é. Com apenas duas diferenças básicas...
Primeiro, eu nunca fui atriz...
Segundo, eu sou famosa?
Eu sou famosa? Não. Se eu não sou famosa, para que guardar o anonimato? Para que se manter quieta sobre quem eu sou, o que eu penso etc etc etc?
"Ora, Nessa" - dirão alguns de vocês - "para que se expor desta maneira? Você tem uma vida fora deste blog. Tem pessoas que dependem de você, tem uma profissão, tem uma vida, um nome a zelar, contas a pagar, situações que são incompatíveis com a vida que você tem neste blog..."
Certo. Absolutamente certo. E errado, absolutamente errado.
Partindo do pressuposto que este blog seria apenas uma válvula de escape para minhas frustrações diárias por não ter nascido mulher, a crítica é absolutamente procedente.
Mas, partindo do pressuposto de que não é apenas isso que eu quero da vida, está errado, completamente equivocado.
Porque, não me lembro se já contei aqui ou não. Caso não tenha contado, digo pela primeira vez: Vanessa Jones é apenas uma personagem. O "Jones" então, nem se fala... mas acabou ficando como uma marca, e até uma outra amiga encasquetou de me chamar somente de "Jones"... mas é apenas uma personagem...
A Vanessa real escreve aqui e agora. E está doida para dizer quem é de verdade. Quer adicionar seus sobrenomes reais ao nome que escolheu. E, fenômeno altamente curioso, sequer se importaria em colocar seu nome masculino após o Vanessa, como se fosse um nome composto, e talvez privilégio de alguns mortais do calibre de um Luis Inácio Lula da Silva ou de uma Maria das Graças Xuxa Meneghel. Até porque - e quem sabe fique à vontade para consultar no Pai Google de Aruanda - ainda assim existiria homônimos para mim, de nome e sobrenome, e nem muito longe de mim, aliás, acabei até de descobrir!
Então... não quero ser apenas o frustrado com o cotidiano de um macho incompleto. Eu quero a completude. Quero que as pessoas me conheçam como eu realmente sou, o que penso, o que faço, pra qual time eu torço, qual escola de samba é a minha, meus escritores favoritos, minha posição ideológica, política, religiosa, filosófica etc etc etc, todos estes aspectos fragmentários de uma vida que, juntos, formam algo integral chamado EU.
Um EU que, parafraseando Shakespeare (ou seria Homero? A preguiça não me deixa consultar o livro...) que não teme dizer seu nome. Seu verdadeiro nome. Ainda que isso custe a sua vida e a perda de muuuuuita coisa que é importante para mim, mas que talvez não seja mais importante que o que busco deseseperadamente há quase um ano neste blog.
A verdade. A minha verdade.
Aquela verdade quieta, que não alardeia. A verdade que apenas é.
E que por isso, também será lida apenas por quem realmente se interessar em ler este blog. Nos próximos dias verei o quanto este post foi lido, sem necessidade de propagandear no feicibuqui.
E aí, talvez, eu diga quem eu sou.
PS.: Sem querer querendo, acabei espalhando algumas dicas, no post anterior e neste, sobre minha verdadeira identidade. Para quem gosta de histórias do tipo O Código Da Vinci, Bridget Jones (eu acabei esquecendo de escrever lá em cima a paternidade do Jones!) e da já mencionada edição de Nova do mês de dezembro de 2014, será um prato feito para criptólogos amadores e profissionais... Roberts Langdons de todo o mundo, uni-vos! Nada tereis a perder senão as ilusões que carregam a meu respeito!
Este talvez seja um dos posts mais importantes deste blog. E, curiosamente, o que farei menos alarde no feicibuqui, E tenho um motivo para isso...
Se você acompanhou minha vida de crossdresser desde 29 de junho passado sabe que este blog era mais ou menos como uma represa prestes a estourar. Explico: as pessoas que sabem quem eu sou realmente conheceram pouco a pouco o blog, e começaram a se encantar (sabe-se lá a razão...) com minhas peripécias... viagens a São Paulo, Friburgo, tudo bem documentado, e narrado com pitadas de inocência e maldade que revelam mais ou menos a imagem de uma borboleta saindo do casulo, ou como uma das analogias mais grotescas que eu conheço, sair do armário (pior que esta é quando me perguntam se eu me monto... como assim? Eu - ou o meu lado feminino - lá é Lego para ser montado?). Mas tudo dentro do mais absoluto e restrito sigilo.
Aí eu pergunto para quem NÃO me conhece e NÃO tem a mínima ideia de quem eu sou: o que vocês sabem sobre mim? O básico que informei no "Quem sou eu" do blog e nada mais. Sim, sou casada, amo ler Nova, amo Laura Pausini. Onde eu moro? Em algum lugar da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, o que diminui consideravelmente as opções de busca de Vanessinha, dos iniciais 200 milhões de brasileiros para pouco mais que, sei lá, dez milhões. Já dei uma ajudada, não é?
Fora isso, o que mais se sabe sobre mim?
Este é o ponto.
Uns dias atrás, comecei a ter uma verdadeira noção do alcance deste blog e vi que não era lá muita coisa. Algo como se eu não avisasse as pessoas através do feicibuqui que eu acabei de postar uma ou outra coisa, ninguém iria se tocar, ninguém iria se interessar, ninguém iria ler.
É, guardadas as devidas proporções - e se uma determinada amiga desta blogueira ler isso sabe o quanto eu uso esta expressão - mais ou menos como uma atriz que quer ser reconhecida nas ruas mas que quase ninguém sabe quem é. Com apenas duas diferenças básicas...
Primeiro, eu nunca fui atriz...
Segundo, eu sou famosa?
Eu sou famosa? Não. Se eu não sou famosa, para que guardar o anonimato? Para que se manter quieta sobre quem eu sou, o que eu penso etc etc etc?
"Ora, Nessa" - dirão alguns de vocês - "para que se expor desta maneira? Você tem uma vida fora deste blog. Tem pessoas que dependem de você, tem uma profissão, tem uma vida, um nome a zelar, contas a pagar, situações que são incompatíveis com a vida que você tem neste blog..."
Certo. Absolutamente certo. E errado, absolutamente errado.
Partindo do pressuposto que este blog seria apenas uma válvula de escape para minhas frustrações diárias por não ter nascido mulher, a crítica é absolutamente procedente.
Mas, partindo do pressuposto de que não é apenas isso que eu quero da vida, está errado, completamente equivocado.
Porque, não me lembro se já contei aqui ou não. Caso não tenha contado, digo pela primeira vez: Vanessa Jones é apenas uma personagem. O "Jones" então, nem se fala... mas acabou ficando como uma marca, e até uma outra amiga encasquetou de me chamar somente de "Jones"... mas é apenas uma personagem...
A Vanessa real escreve aqui e agora. E está doida para dizer quem é de verdade. Quer adicionar seus sobrenomes reais ao nome que escolheu. E, fenômeno altamente curioso, sequer se importaria em colocar seu nome masculino após o Vanessa, como se fosse um nome composto, e talvez privilégio de alguns mortais do calibre de um Luis Inácio Lula da Silva ou de uma Maria das Graças Xuxa Meneghel. Até porque - e quem sabe fique à vontade para consultar no Pai Google de Aruanda - ainda assim existiria homônimos para mim, de nome e sobrenome, e nem muito longe de mim, aliás, acabei até de descobrir!
Então... não quero ser apenas o frustrado com o cotidiano de um macho incompleto. Eu quero a completude. Quero que as pessoas me conheçam como eu realmente sou, o que penso, o que faço, pra qual time eu torço, qual escola de samba é a minha, meus escritores favoritos, minha posição ideológica, política, religiosa, filosófica etc etc etc, todos estes aspectos fragmentários de uma vida que, juntos, formam algo integral chamado EU.
Um EU que, parafraseando Shakespeare (ou seria Homero? A preguiça não me deixa consultar o livro...) que não teme dizer seu nome. Seu verdadeiro nome. Ainda que isso custe a sua vida e a perda de muuuuuita coisa que é importante para mim, mas que talvez não seja mais importante que o que busco deseseperadamente há quase um ano neste blog.
A verdade. A minha verdade.
Aquela verdade quieta, que não alardeia. A verdade que apenas é.
E que por isso, também será lida apenas por quem realmente se interessar em ler este blog. Nos próximos dias verei o quanto este post foi lido, sem necessidade de propagandear no feicibuqui.
E aí, talvez, eu diga quem eu sou.
PS.: Sem querer querendo, acabei espalhando algumas dicas, no post anterior e neste, sobre minha verdadeira identidade. Para quem gosta de histórias do tipo O Código Da Vinci, Bridget Jones (eu acabei esquecendo de escrever lá em cima a paternidade do Jones!) e da já mencionada edição de Nova do mês de dezembro de 2014, será um prato feito para criptólogos amadores e profissionais... Roberts Langdons de todo o mundo, uni-vos! Nada tereis a perder senão as ilusões que carregam a meu respeito!
Algumas Considerações Acerca do Post Passado (ou Vanessa Rabbit?! II)
Sonhador Diário
Ponderemos alguns pontos...
1. Como disse anteriormente, minha senhora já imagina (e sonha) o processo de vanessização. Não deixa de ser curioso ela me imaginar como uma femme fatale, embora esteja anos-luz disso...
2. Na verdade, já começo a esboçar uma imagem de Vanessa dentro de mim. Claro, uma imagem realista, algo beeeem menos sexy, apesar de feminina. E isso se deu mais ou menos desde o final do ano passado, mais precisamente com a edição de dezembro de 2014 da Nova (que desde o mês passado virou Cosmopolitan, como no resto do mundo ela ficou conhecida), que apareceu uma reportagem com uma foto em que, modestamente, eu me vi, ou melhor, me imaginei sendo assim (iria escrever "exatamente" antes do "sendo assim" mas o uso do advérbio soaria bem forçado...). Receio colocar aqui a tal da imagem, que já capturei da internet (mas quem tiver a curiosidade e a revista em mãos, fica a dica, é uma das fotos da revista. Mais não direi...)
3. Iria fazer um link agora com o ponto anterior, mas iria fugir do tema deste post. O que fazer? Oras, outro post! Next, please!)
Ponderemos alguns pontos...
1. Como disse anteriormente, minha senhora já imagina (e sonha) o processo de vanessização. Não deixa de ser curioso ela me imaginar como uma femme fatale, embora esteja anos-luz disso...
2. Na verdade, já começo a esboçar uma imagem de Vanessa dentro de mim. Claro, uma imagem realista, algo beeeem menos sexy, apesar de feminina. E isso se deu mais ou menos desde o final do ano passado, mais precisamente com a edição de dezembro de 2014 da Nova (que desde o mês passado virou Cosmopolitan, como no resto do mundo ela ficou conhecida), que apareceu uma reportagem com uma foto em que, modestamente, eu me vi, ou melhor, me imaginei sendo assim (iria escrever "exatamente" antes do "sendo assim" mas o uso do advérbio soaria bem forçado...). Receio colocar aqui a tal da imagem, que já capturei da internet (mas quem tiver a curiosidade e a revista em mãos, fica a dica, é uma das fotos da revista. Mais não direi...)
3. Iria fazer um link agora com o ponto anterior, mas iria fugir do tema deste post. O que fazer? Oras, outro post! Next, please!)
Vanessa Rabbit?!
![]() |
| Eu, segundo minha senhora... quem me dera!! |
Desperto da letargia da minha ausência de posts (também conhecida como "falta de assunto" mesmo...) para contar uma história, no mínimo, curiosa...
Eis que numa prosaica manhã desta prosaica semana minha senhora aparece para mim com ar circunspecto dizendo:
- Amor, tive um sonho esquisito com você hoje...
- Como assim? Algo ruim?
- Não necessariamente... sonhei que eu e você estávamos numa festa e que nossas mães estavam também nesta festa e você estava de Vanessa, e queria porque queria aparecer assim para elas... eu dizia: "Não, amor, você não vai fazer isso, a gente não se divorciou ainda..." e você dizendo "não, eu vou, eu quero..."... você estava realmente decidido...
- ??!
- E você estava com um cabelão à la Jessica Rabbit, sabe? Com um vestido todo justo, com um batom vermelho, um bocão... parecia até que tinha feito preenchimento labial...
- Não, amor, eu não preciso disso - disse eu, a clone (meu Deus perdoai!) da Angelina Jolie - meu beiço é de família, herdei da minha avó... pelo menos é o que minha mãe diz...
Em resumo, esta foi a conversa. Confesso que quanto ao traje não me lembro bem o que eu vestia, era algo colado, tenho quase certeza (não quis insistir, até porque, como todos devem saber, sonhos são muuuito fluidos. Mas não deixa de ser sintomático o fato de minha senhora já estar sonhando (literalmente!) sobre isso e me achando (só ela mesmo) que eu seria uma diva como... Jessica Rabbit!
Para os novinhos de plantão, ela é uma personagem de um filme de fins do século passado (mais precisamente 1988). Nunca vi o filme, nunca tive o interesse e, confesso, mesmo depois desta revelação, tampouco tenho vontade. Mas fica aí o registro... segundo minha senhora, I am Jessica Rabbit!
sábado, 18 de abril de 2015
La Felicità
Diário,
Provavelmente muitas pessoas que me conhecem ainda não sabem da novidade, e saberão apenas por este post, e se surpreenderão talvez apenas por saberem aqui: sabe aquele post anterior? Pois é, ele foi escrito de forma atrasada deliberadamente. E isso porque, como falei nele antes, a sabiazinha voltou para a gaiola, ou seja, a opção escolhida voltou a ser a 1, ou seja, estou novamente empregada.
Onde, como, quando é desnecessário dizer aqui. Talvez o mais significativo foi o sinal que tive no dia em que soube. Explico.
Fui fazer uma audiência curiosamente na mesma cidade que havia dois processos que significaram minha queda no escritório anterior. Acordei cedo, mais do que o costume, e me dirigi para a Rodoviária (ah, e antes que me esqueça, detalhe importante: eu estava infelizmente dressed as a man, enfim, coisas da vida...), meio triste, macambúzia, pensando um tanto quanto na vida quando de repente, não mais que de repente, vi-me cantando uma cançãozinha velha, esquecida nos porões do meu inconsciente, do CD que reputo o mais fraquinho dela. Sim, falo da minha, da sua, da nossa querida e amada salve-salve Laura Pausini. Ontem procurei no iutubi algum vídeo com a tradução dela, não achei. Restou apenas colocar a letra após o vídeo, o que farei quando terminar de escrever aqui...
A canção, advirto, soou profética, porque horas mais tarde recebi a confirmação de que estaria dentro, ou seja, voltava feliz, bela e fofinha para a gaiolinha, maaaaaaassss... desta vez extraí algumas lições digamos necessárias neste meu minissabático forçado... a de que a tal da revolução que o hexagrama 49 me prometeu apenas começou e que os passos 2, 3 e 4 listados no post anterior podem - e devem - ser aplicados enquanto eu estiver na gaiolinha. Na verdade, é para estes passos serem a própria destruição da gaiolinha, o próprio desabrochar da borboleta... enfim, é isso...
Fiquem agora com a música. Vejam se não soou profética, justamente às seis da manhã de uma despretensiosa quinta-feira de um abril qualquer...
Eis a letra e a tradução:
Link: http://www.vagalume.com.br/laura-pausini/la-felicita-traducao.html#ixzz3Xj5S0kLf
Provavelmente muitas pessoas que me conhecem ainda não sabem da novidade, e saberão apenas por este post, e se surpreenderão talvez apenas por saberem aqui: sabe aquele post anterior? Pois é, ele foi escrito de forma atrasada deliberadamente. E isso porque, como falei nele antes, a sabiazinha voltou para a gaiola, ou seja, a opção escolhida voltou a ser a 1, ou seja, estou novamente empregada.
Onde, como, quando é desnecessário dizer aqui. Talvez o mais significativo foi o sinal que tive no dia em que soube. Explico.
Fui fazer uma audiência curiosamente na mesma cidade que havia dois processos que significaram minha queda no escritório anterior. Acordei cedo, mais do que o costume, e me dirigi para a Rodoviária (ah, e antes que me esqueça, detalhe importante: eu estava infelizmente dressed as a man, enfim, coisas da vida...), meio triste, macambúzia, pensando um tanto quanto na vida quando de repente, não mais que de repente, vi-me cantando uma cançãozinha velha, esquecida nos porões do meu inconsciente, do CD que reputo o mais fraquinho dela. Sim, falo da minha, da sua, da nossa querida e amada salve-salve Laura Pausini. Ontem procurei no iutubi algum vídeo com a tradução dela, não achei. Restou apenas colocar a letra após o vídeo, o que farei quando terminar de escrever aqui...
A canção, advirto, soou profética, porque horas mais tarde recebi a confirmação de que estaria dentro, ou seja, voltava feliz, bela e fofinha para a gaiolinha, maaaaaaassss... desta vez extraí algumas lições digamos necessárias neste meu minissabático forçado... a de que a tal da revolução que o hexagrama 49 me prometeu apenas começou e que os passos 2, 3 e 4 listados no post anterior podem - e devem - ser aplicados enquanto eu estiver na gaiolinha. Na verdade, é para estes passos serem a própria destruição da gaiolinha, o próprio desabrochar da borboleta... enfim, é isso...
Fiquem agora com a música. Vejam se não soou profética, justamente às seis da manhã de uma despretensiosa quinta-feira de um abril qualquer...
Eis a letra e a tradução:
La Felicità
Quando l'alba dalla notte uscirà
di rubino il cielo colorerà
felicità
tu vivi là
Quando un tempo buono tu troverai
quando un vento nuovo respirerai
felicità
tu sarai li
nascosta in mezzo ai battiti
cosa darei per incontrarti
Felicità
forse sei qui
sento che tu mi stai cercando, ed ho i brividi
di Felicità
se fosse qui
esattamente ti vorrei così
Ali grandi di farfalla verrà
sopra la tua spalla si poserà
felicità
sarai così
leggera in mezzo algi attimi
cosa darei per ritrovarti ora
cosa ti darei
Felicità
forse sei qui
io sento vivere i miei
giorni ed ho i brividi
di Felicità
se tu sei qui
immensamente ti vorrei così
immensamente qui
per ritrovarci liberi
in questa oscurità
per cancellare i lividi sarà
Felicità
forse sei qui
sento che tu mi stai cercando, ed ho i brividi
questa oscurità
per cancellare i lividi sarà
Felicità
forse sei qui
io sento vivere i miei giorni, ed ho i brividi
di Felicità
se tu sei qui
immensamente ti vorrei
Felicità
ora sei qui
sento che tu mi stai cercando
A Felicidade (tradução)
Quando o início da noite partir
De rubi o céu irá se colorir
Felicidade
Você vivi lá
Quando um tempo bom você encontrar
Quando um vento novo respirar
Felicidade
Você estará ali
Escondida em meio às pulsações
Darei qualquer coisa para lhe encontrar
FELICIDADE
Talvez esteja aqui
Sinto que você está me procurando, e tenho os arrepios
De FELICIDADE
Se estivesse aqui
Exatamente lhe desejaria assim
Asas grandes de borboleta verá
Sobre o seu ombro pousarão
Felicidade
Será assim
Veloz em meio aos momentos
Darei qualquer coisa para reencontrar-lhe agora
Qualquer coisa lhe darei
FELICIDADE
Talvez esteja aqui
Eu sinto viver os meus
Dias e tenho os momentos
De FELICIDADE
Se você estiver aqui
Lhe queria muito assim
Imensamente aqui
Para reencontrar-se livre
Nesta escuridão
Para eliminar as marcas será
FELICIDADE
Talvez esteja aqui
Sinto que você está me procurando, e tenho os arrepios
FELICIDADE Se você estiver aqui
Lhe queria muito
FELICIDADE
Talvez esteja aqui
Eu sinto viver os meus dias, e tenho os arrepios
FELICIDADE
Se você estiver aqui
Lhe queria muito
FELICIDADE
Agora está aqui
Sinto que você está me procurando.
Link: http://www.vagalume.com.br/laura-pausini/la-felicita-traducao.html#ixzz3Xj5S0kLf
E A Revolução, Cumé Qui Fica?
Revolucionário Diário,
Após alguns posts sem falar disso, voltemos a falar da tal Revolução (leiam meus posts recentes sobre o I Ching que vocês saberão o que eu quero dizer...)
Bom, estando desempregada e matutando diuturnamente sobre o tema, cheguei a quatro brilhantes conclusões a meu respeito em termos pessoais/profissionais, e que os posts seguintes ajudarão a entender melhor o que poderá acontecer nos próximos capítulos:
Sua Vanessa pode se tornar:
1. Advogada normal trabalhando num escritório normal: vantagem: fixo na conta todo final de mês. Desvantagem: ficar presa a uma situação que a médio e longo prazo pode te fazer infeliz;
2. Advogada free lancer fazendo free lances: vantagem: maior liberdade para fazer o que quer. Desvantagem: Demorar a arrumar uma carteira confiável de clientes;
As opções 3 e 4 são as mais depiroquées: (perdoem o neogalicismo):
3. Procurar viver como Vanessa e trabalhar com moda. Vantagem: ainda pergunta? Desvantagem: ainda pergunta? parte II (brincadeira! Respectivamente: trabalhar com algo que realmente gosto e demorar para arrumar uma clientela apta a ingressar na FAVAPACO (Fundação Ajude a Vanessa a Pagar suas Contas).
4. Procurar viver como Vanessa e virar escritora. Vantagem: pegar todo mundo de surpresa com minhas histórias e minha identidade (e finalmente dar ouvidos a muita gente que acha que eu tenho talento para a coisa). Desvantagem: Demorar a arrumar alguma editora tão louca que resolva comprar essa minha ideia e que, da mesma forma que na opção 3, ingresse graciosa e voluntariamente na FAVAPACO.
Bom, estas foram as opções que entendi serem as melhores para mim. Com certeza a mais segura seria a 1, mas poderia me fazer mais infeliz, tal qual uma sabiazinha numa gaiola. A 2 seria mais interessante e me permitiria certas liberdades no meu trajar no dia a dia (que minha senhora não leia isso!). A 3 seria boa, mas minha recente experiência como brechozeira me desanimou a continuar (me cobrem de falar sobre isso). E, por fim, a 4 seria la créme de la créme, ou seja, a que me traria maior dose de felicidade e realização, Mas, por enquanto, pena ser tão utópica... mas eu escrevi "por enquanto"...
Então, o hexagrama 49 que me perdoe, mas por enquanto de revolucionária minha posição não tem nada, ou quase nada... talvez apenas e tão somente o reconhecimento da minha situação atual e do que eu posso efetivamente fazer em termos profissionais que me levem à realização pessoal e vice-versa.
Talvez seja um começo.
E é nisso que vou me dedicar...
Próximo post, please!
PS.: O depiroqué acima escrito seria uma versão do nosso popularíssimo "despirocado"... vocês entenderam o que eu quis dizer...
Após alguns posts sem falar disso, voltemos a falar da tal Revolução (leiam meus posts recentes sobre o I Ching que vocês saberão o que eu quero dizer...)
Bom, estando desempregada e matutando diuturnamente sobre o tema, cheguei a quatro brilhantes conclusões a meu respeito em termos pessoais/profissionais, e que os posts seguintes ajudarão a entender melhor o que poderá acontecer nos próximos capítulos:
Sua Vanessa pode se tornar:
1. Advogada normal trabalhando num escritório normal: vantagem: fixo na conta todo final de mês. Desvantagem: ficar presa a uma situação que a médio e longo prazo pode te fazer infeliz;
2. Advogada free lancer fazendo free lances: vantagem: maior liberdade para fazer o que quer. Desvantagem: Demorar a arrumar uma carteira confiável de clientes;
As opções 3 e 4 são as mais depiroquées: (perdoem o neogalicismo):
3. Procurar viver como Vanessa e trabalhar com moda. Vantagem: ainda pergunta? Desvantagem: ainda pergunta? parte II (brincadeira! Respectivamente: trabalhar com algo que realmente gosto e demorar para arrumar uma clientela apta a ingressar na FAVAPACO (Fundação Ajude a Vanessa a Pagar suas Contas).
4. Procurar viver como Vanessa e virar escritora. Vantagem: pegar todo mundo de surpresa com minhas histórias e minha identidade (e finalmente dar ouvidos a muita gente que acha que eu tenho talento para a coisa). Desvantagem: Demorar a arrumar alguma editora tão louca que resolva comprar essa minha ideia e que, da mesma forma que na opção 3, ingresse graciosa e voluntariamente na FAVAPACO.
Bom, estas foram as opções que entendi serem as melhores para mim. Com certeza a mais segura seria a 1, mas poderia me fazer mais infeliz, tal qual uma sabiazinha numa gaiola. A 2 seria mais interessante e me permitiria certas liberdades no meu trajar no dia a dia (que minha senhora não leia isso!). A 3 seria boa, mas minha recente experiência como brechozeira me desanimou a continuar (me cobrem de falar sobre isso). E, por fim, a 4 seria la créme de la créme, ou seja, a que me traria maior dose de felicidade e realização, Mas, por enquanto, pena ser tão utópica... mas eu escrevi "por enquanto"...
Então, o hexagrama 49 que me perdoe, mas por enquanto de revolucionária minha posição não tem nada, ou quase nada... talvez apenas e tão somente o reconhecimento da minha situação atual e do que eu posso efetivamente fazer em termos profissionais que me levem à realização pessoal e vice-versa.
Talvez seja um começo.
E é nisso que vou me dedicar...
Próximo post, please!
PS.: O depiroqué acima escrito seria uma versão do nosso popularíssimo "despirocado"... vocês entenderam o que eu quis dizer...
sexta-feira, 17 de abril de 2015
Mais Um Comentário... E O Comentário Ao Comentário...
Diário,
Como prova do que falei no post anterior, veja este daqui:
"Oi minha amiga.. um comentário matinal sobre seu último post no blog... Você se pergunta como pode inspirar alguém com o que escreve, e eu te respondo: apenas escrevendo, apenas expondo suas dúvidas.. muitas vezes - e vou ampliar um pouco a visão - a situação das pessoas é tão dolorosa e elas estão tão na dúvida, que nem ao menos conseguem admitir pra si mesmas o que temem.. só de pensar, dói. E o modo leve e divertido com que você escreve, tira esse peso.
O que você escreve, da forma que escreve, é mais um trocar de ideias do que um depoimento... e isso é muito bom. Vc mostra que há outras pessoas com problemas, com dúvidas, com situações delicadas, dolorosas e que também buscam resolvê-las.. portanto, continue.. beijo"
Alguém gostaria de comentar? Pois vou eu então...
Não sei se você reparou, diário, mas a concepção deste blog saiu totalmente de seu propósito inicial. Minha ideia seria criar - pasme você - um blog de moda, como tantos outros que pipocam por aí e que já fizeram algumas das blogueiras mais destacadas serem capas de revista, como, se não me engano, Camila Coutinho e Thássia Neves (me perdoem se escrevi o nome de vocês errado, estou com preguiça de consultar em Pai Google de Aruanda). Só que o meu diferencial seria exatamente partir do ponto de vista de uma crossdresser, e gorda ainda por cima (termo politicamente incorreto para plus size, por que edulcorar certas verdades?)... ou seja, mais underground, impossível. Mas o que acabou se revelando aqui foi relatos e mais relatos de uma vida até certo ponto frustrado de alguém que não consegue viver como sempre imaginou ser. E o tal do DNA do blog acabou se alterando radicalmente...
Agora, sejam sinceras, vocês imaginam uma repaginada nesta página, no sentido de vocês abrirem o próximo post e se depararem com as tendências outono/inverno desta temporada? Ou sobre a despedida de Gisele Bündchen das passarelas? Juro, era isso, exatamente isso que eu queria fazer... e talvez um dia faça... afinal, não entupo minha casa com Cosmopolitans (a.k.a. Nova), Glamours (ainda estou devendo um post sobre esta minha nova paixão em termos de revista), Elles e Vogues à toa... o meu consolo é saber que o You Tube, por exemplo, nasceu como um despretensioso site de encontros amorosos e veja o que ele se tornou...
Feitas tais considerações, prossigo.
Como acredito ter falado isso anteriormente, antigamente eu não considerava meu crossdressismo (perdoai o neologismo..) como parte integrante de minha personalidade, de meu eu. Eu achava que isso deveria ser colocado para debaixo do tapete mental de nossas vergonhas inconfessáveis... mas eu vi que isso de pouco adiantaria, porque o tapete continuaria lá, gordinho, encobrindo o que de pior ou mais vergonhoso trazemos dentro de nós, aquilo que não gostaríamos de confessar, ou reconhecer, nem mesmo a Deus... quanto mais a parentes e amigos...
Mas aí é que está o pulo do gato. Vamos nós nos esconder de Deus, tal qual Cains amedrontados após o assassinato de Abel? Vai adiantar isso?
Certa feita, vi uma entrevista interessantíssima com Clodovil (alguém lembra?) em que ele, com a simplicidade de sempre dizia que no dia que ele morresse e fosse ao céu, ou a algo parecido, chegaria para Deus e perguntaria para Ele a razão de tê-lo feito assim. Mas de uma forma sem raiva, sem cobrança, na curiosidade mesmo. Isso, minhas muitas senhoras e meus parcos senhores, é o que eu digo que é viver sem culpa, sem remorso por ser simplesmente ele mesmo. Algo que eu (ainda) não consigo alcançar, mas que, passo a passo, vou conseguir...
Em Dom Casmurro o genial Machado de Assis (que seja ele sempre louvado no céu da Literatura Universal) coloca na pena de Bentinho a razão para escrever aquele relato, o de atar as duas pontas da vida, a mocidade e a maturidade, em uma coisa só. É mais ou menos o que pretendo fazer aqui: jogar luzes a um aspecto da minha personalidade tão abafada e maltratada durante tanto tempo e atar, na medida do possível, este aspecto da minha personalidade à minha personalidade integral, a ponto de poder dizer, sem vergonha nenhuma, que eu, (...) (confesso que por muito pouco não coloquei meu nome real aqui, ráááá, pegadinha da Malandra!!!) sou assim, assim, assada e também crossdresser. Sem orgulho. Sem pena. Sem culpa. Apenas sendo.
E por fim: não queiram me tomar como modelo de nada. Não sou, nunca fui e não pretendo ser exemplo pra ninguém. Não aguento eu carregar minha cruz, preciso de vários Cirineus ao longo da vida, vou lá ensinar a carregar a cruz dos outros? Sou um exemplo de covardia, não é à toa que este blog nasceu no Dia de São Pedro do ano passado: São Pedro era o mais covarde dos apóstolos, o mais, se me perdoem o termo, joselito deles (duvidam? Contem as passagens em que ou ele fala besteiras junto de Cristo ou é por Ele mesmo repreendido... ele só acertou na bucha uma vez e mesmo assim Cristo disse para ele ficar quieto... choses de la vie...). Mas também era o que mais O amava (com todo respeito ao que a tradição fala sobre João Evangelista) e o que mais se esforçava para segui-lo.
Em suma, uma síntese do que seria o ser humano em busca da Verdade.
Da sua Verdade.
Carregando sua Cruz.
E é o que sua Vanessinha aqui pretende ser e mostrar aqui.
Porque o resto é tão passageiro quanto um blog de moda!
Prestem atenção no trecho a partir de 0:47...
Como prova do que falei no post anterior, veja este daqui:
"Oi minha amiga.. um comentário matinal sobre seu último post no blog... Você se pergunta como pode inspirar alguém com o que escreve, e eu te respondo: apenas escrevendo, apenas expondo suas dúvidas.. muitas vezes - e vou ampliar um pouco a visão - a situação das pessoas é tão dolorosa e elas estão tão na dúvida, que nem ao menos conseguem admitir pra si mesmas o que temem.. só de pensar, dói. E o modo leve e divertido com que você escreve, tira esse peso.
O que você escreve, da forma que escreve, é mais um trocar de ideias do que um depoimento... e isso é muito bom. Vc mostra que há outras pessoas com problemas, com dúvidas, com situações delicadas, dolorosas e que também buscam resolvê-las.. portanto, continue.. beijo"
Alguém gostaria de comentar? Pois vou eu então...
Não sei se você reparou, diário, mas a concepção deste blog saiu totalmente de seu propósito inicial. Minha ideia seria criar - pasme você - um blog de moda, como tantos outros que pipocam por aí e que já fizeram algumas das blogueiras mais destacadas serem capas de revista, como, se não me engano, Camila Coutinho e Thássia Neves (me perdoem se escrevi o nome de vocês errado, estou com preguiça de consultar em Pai Google de Aruanda). Só que o meu diferencial seria exatamente partir do ponto de vista de uma crossdresser, e gorda ainda por cima (termo politicamente incorreto para plus size, por que edulcorar certas verdades?)... ou seja, mais underground, impossível. Mas o que acabou se revelando aqui foi relatos e mais relatos de uma vida até certo ponto frustrado de alguém que não consegue viver como sempre imaginou ser. E o tal do DNA do blog acabou se alterando radicalmente...
Agora, sejam sinceras, vocês imaginam uma repaginada nesta página, no sentido de vocês abrirem o próximo post e se depararem com as tendências outono/inverno desta temporada? Ou sobre a despedida de Gisele Bündchen das passarelas? Juro, era isso, exatamente isso que eu queria fazer... e talvez um dia faça... afinal, não entupo minha casa com Cosmopolitans (a.k.a. Nova), Glamours (ainda estou devendo um post sobre esta minha nova paixão em termos de revista), Elles e Vogues à toa... o meu consolo é saber que o You Tube, por exemplo, nasceu como um despretensioso site de encontros amorosos e veja o que ele se tornou...
Feitas tais considerações, prossigo.
Como acredito ter falado isso anteriormente, antigamente eu não considerava meu crossdressismo (perdoai o neologismo..) como parte integrante de minha personalidade, de meu eu. Eu achava que isso deveria ser colocado para debaixo do tapete mental de nossas vergonhas inconfessáveis... mas eu vi que isso de pouco adiantaria, porque o tapete continuaria lá, gordinho, encobrindo o que de pior ou mais vergonhoso trazemos dentro de nós, aquilo que não gostaríamos de confessar, ou reconhecer, nem mesmo a Deus... quanto mais a parentes e amigos...
Mas aí é que está o pulo do gato. Vamos nós nos esconder de Deus, tal qual Cains amedrontados após o assassinato de Abel? Vai adiantar isso?
Certa feita, vi uma entrevista interessantíssima com Clodovil (alguém lembra?) em que ele, com a simplicidade de sempre dizia que no dia que ele morresse e fosse ao céu, ou a algo parecido, chegaria para Deus e perguntaria para Ele a razão de tê-lo feito assim. Mas de uma forma sem raiva, sem cobrança, na curiosidade mesmo. Isso, minhas muitas senhoras e meus parcos senhores, é o que eu digo que é viver sem culpa, sem remorso por ser simplesmente ele mesmo. Algo que eu (ainda) não consigo alcançar, mas que, passo a passo, vou conseguir...
Em Dom Casmurro o genial Machado de Assis (que seja ele sempre louvado no céu da Literatura Universal) coloca na pena de Bentinho a razão para escrever aquele relato, o de atar as duas pontas da vida, a mocidade e a maturidade, em uma coisa só. É mais ou menos o que pretendo fazer aqui: jogar luzes a um aspecto da minha personalidade tão abafada e maltratada durante tanto tempo e atar, na medida do possível, este aspecto da minha personalidade à minha personalidade integral, a ponto de poder dizer, sem vergonha nenhuma, que eu, (...) (confesso que por muito pouco não coloquei meu nome real aqui, ráááá, pegadinha da Malandra!!!) sou assim, assim, assada e também crossdresser. Sem orgulho. Sem pena. Sem culpa. Apenas sendo.
E por fim: não queiram me tomar como modelo de nada. Não sou, nunca fui e não pretendo ser exemplo pra ninguém. Não aguento eu carregar minha cruz, preciso de vários Cirineus ao longo da vida, vou lá ensinar a carregar a cruz dos outros? Sou um exemplo de covardia, não é à toa que este blog nasceu no Dia de São Pedro do ano passado: São Pedro era o mais covarde dos apóstolos, o mais, se me perdoem o termo, joselito deles (duvidam? Contem as passagens em que ou ele fala besteiras junto de Cristo ou é por Ele mesmo repreendido... ele só acertou na bucha uma vez e mesmo assim Cristo disse para ele ficar quieto... choses de la vie...). Mas também era o que mais O amava (com todo respeito ao que a tradição fala sobre João Evangelista) e o que mais se esforçava para segui-lo.
Em suma, uma síntese do que seria o ser humano em busca da Verdade.
Da sua Verdade.
Carregando sua Cruz.
E é o que sua Vanessinha aqui pretende ser e mostrar aqui.
Porque o resto é tão passageiro quanto um blog de moda!
Prestem atenção no trecho a partir de 0:47...
Do Centésimo Post
Centésimo Diário!
Hoje viro a sua centésima folha! Cem posts! E num intervalo menor que um ano, para você ver o tamanho da preguiça de sua amiga aqui... bom, preguiiiiça não seria bem o termo, diria mais algumas questiúnculas que me travaram e me impediram de escrever... mas, mesmo assim, é gratificante saber que ainda assim levamos este blog no peito (sem trocadilho...) e na raça, apesar de todos os pesares... e agradecer a todos e principalmente todas que me aturaram nestes dias... prometo-vos mais... se tem gente comparando minhas peripécias a um grande enredo de novela chicklit, então história é que não vai faltar agora, justo agora que minhas asinhas insistem em não ficarem mais escondidas... o que, convenhamos, é bastante perigoso, tanto para o bem como para o mal... mas isso é assunto para outros posts, não este, que é de festa, confraternização e gratidão por todo o feedback recebido de todas vocês, que insistem em achar matéria que se aproveite neste blog... querem ver? Pode vir o centésimo primeiro post, please?
Hoje viro a sua centésima folha! Cem posts! E num intervalo menor que um ano, para você ver o tamanho da preguiça de sua amiga aqui... bom, preguiiiiça não seria bem o termo, diria mais algumas questiúnculas que me travaram e me impediram de escrever... mas, mesmo assim, é gratificante saber que ainda assim levamos este blog no peito (sem trocadilho...) e na raça, apesar de todos os pesares... e agradecer a todos e principalmente todas que me aturaram nestes dias... prometo-vos mais... se tem gente comparando minhas peripécias a um grande enredo de novela chicklit, então história é que não vai faltar agora, justo agora que minhas asinhas insistem em não ficarem mais escondidas... o que, convenhamos, é bastante perigoso, tanto para o bem como para o mal... mas isso é assunto para outros posts, não este, que é de festa, confraternização e gratidão por todo o feedback recebido de todas vocês, que insistem em achar matéria que se aproveite neste blog... querem ver? Pode vir o centésimo primeiro post, please?
segunda-feira, 13 de abril de 2015
Para Reflexão...
Reflexivo Diário,
Hoje comecei a ler um livro da Martha Medeiros... não tenho muita coisa escrita dela, só o "Feliz Por Nada" e esse agora, que baixei no meu Kobo (abençoado seja o criador dos livros digitais, só ele pôde fazer com que eu baixasse vááários livros de graça na internet, economizando horrores em livros, podendo realocar esta verba em vestidos, saias e, enfim, vocês entenderam...), chamado "A Graça da Coisa". Logo um dos primeiros textos me chamou a atenção por duas coisas:
1. Certa feita, uma amiga minha comentou que leu um texto dela que viu que era a minha cara. Seria esse?
2. Ao ler o texto me lembrei de outro comentário de outra amiga que, infelicitando-se pela minha situação (até já tive oportunidade de escrever sobre isso antes), disse que eu não me sentia completo... se bem que, no caso, o texto aponta para outra direção...
Bom, leiam, reflitam e vejam se somente sua amiga Vanessinha pode ser considerada assim. Como o alcance deste blógui é bem restrito, desconfio que a Martha Medeiros não deva se opor à publicação deste trecho, que serve aqui como uma homenagem e um ponto de reflexão para todas nós. Vai lá:
"Amputações
Quando o filme 127 horas estreou no cinema, resisti à tentação de assisti-lo. Achei que a cena da amputação do braço, filmada com extremo realismo, não faria bem para meu estômago. Mas agora que saiu em DVD, corri para a locadora. Em casa eu estaria livre de dar vexame. Quando a famosa cena se iniciasse, bastaria dar um passeio até à cozinha, tomar um copo d´água, conferir as mensagens no celular, e então voltar para a frente da tevê quando a desgraceira estivesse consumada. Foi o que fiz.
O corte, o tão famigerado corte, no entanto, faz parte da solução, não do problema. São cinco minutos de racionalidade, bravura e dor extrema, mas é também um ato de libertação, a verdadeira parte feliz do filme, ainda que tenhamos dificuldade de aceitar que a felicidade pode ser dolorosa. É muito improvável que o que aconteceu com o Aron Ralston da vida real (interpretado no filme por James Franco) aconteça conosco também, e daquele jeito. Mas, metaforicamente, alguns homens e mulheres conhecem a experiência de ficar com um pedaço de si aprisionado, imóvel, apodrecendo, impedindo a continuidade da vida. Muitos tiveram a sua grande rocha para mover, e não conseguindo movê-la, foram obrigados a uma amputação dramática, porém necessária.
Sim, estamos falando de amores paralisantes, mas também de profissões que não deram retorno, de laços familiares que tivemos de romper, de raízes que resolvemos abandonar, cidades que deixamos. De tudo que é nosso, mas que teve de deixar de ser, na marra, em troca da nossa sobrevivência emocional. E física, também, já que insatisfação é algo que debilita.
Depois que vi o filme, passei a olhar para pessoas desconhecidas me perguntando: qual será a parte que lhes falta? Não o 'pedaço de mim' da música de Chico Buarque, aquela do filho que já partiu, mutilação mais arrasadora que há, mas as mutilações escolhidas, o toco de braço que tiveram de deixar para trás a fim de começarem uma nova vida. Se eu juntasse alguns transeuntes, aleatoriamente, duvido que encontrasse um que afirmasse: cheguei até aqui sem nenhuma amputação autoprovocada. Será? Talvez seja um sortudo. Mas é menos provável que tenha faltado coragem.
Às vezes o músculo está estendido, espichado, no limite: há um único nervo que nos mantém presos a algo que não nos serve mais, porém ainda nos pertence. Fazer o talho machuca. Dói de dar vertigem, de fazer desmaiar. E dói mais ainda porque se sabe que é irreversível. A partir dali, a vida recomeçará com uma ausência.
Mas é isso ou morrer aprisionado por uma pedra que não vai se mover sozinha. O tempo não vai mudar a situação. Ninguém vai aparecer par salvá-lo, 127 horas, 2.300 horas, 6.450 horas, 22.500 horas que se transformam em anos.
Cada um tem um cânion pelo qual se sente atraído. Não raro, é o mesmo cânion do qual é preciso escapar.
31 de julho de 2011"
Perfeito, não? Com o perdão do trocadilho, ela foi cirúrgica aqui... e é claaaaro que seguir-se-ão comentários meus nos próximos posts, mas, por enquanto, deixo para azamigas fazerem suas próprias reflexões (ou vocês acham que somente euzinha aqui é que tem partes gangrenadas na alma?)
Primeiros Comentários à Revolução (Seriam Os Últimos?)
Palpiteiro Diário,
Na minha chamada para o post passado ("Revolução?") que coloquei no feicibuqui, somente duas corajosas voluntárias se arriscaram a palpitar sobre a minha situação, sendo que, pelo que pude perceber aqui, desde o meu retorno foi este o post mais lido. A opinião mais contundente foi a seguinte:
"Baita questionamento... boa reflexão... porém só você saberá responder a se é chegada a hora dessa mudança que requer muita CORAGEM. E isso você tem de sobra... bj"
Apesar da opinião favorável, devo dizer mais uma vez que a questão da coragem não se aplica a mim, ainda... talvez o adjetivo esteja mais para desespero do que para coragem mesmo... se eu fosse a tal da Irmã Coragem já teria postado fotos minhas aqui, o que não ocorreu (de novo apelo ao advérbio: ainda).
Outro comentário que recebi de uma amiga tão fofa quanto a palpiteira acima comentou nos seguintes termos:
"Acho que está sendo bom para você, seus textos são ótimos e inspiram outras por meio de suas histórias. Agora livre das antigas amarras, sua narração parece mais leve"
Realmente, não consigo entender como minhas covardes histórias podem efetivamente inspirar alguém... minhas peripécias são anônimas, e somente minhas amigas sabem de minha verdadeira identidade, sabem que por trás do Clark Kent (#meudeusquepretensão) se esconde a Mulher Maravilha (#meudeusquepretensãoaoquadrado). Este blog, assim como outros artifícios que uso, servem apenas para eu tocar, ainda que levemente, no universo feminino que me é permitido ver somente através de revistas femininas e canções de Laura Pausini...
Neste ponto, pareço que estou vivendo um episódio da Caverna do Dragão (#quemlembra?). Se eu conseguir atravessar o portão mágico adeus blog, adeus toda a graça, adeus à corajosa, intrépida e divertida Vanessa Jones... ou não?
Iria perguntar isso para vocês, mas, como vocês estão muito quietas, vou me ensimesmar...
Na minha chamada para o post passado ("Revolução?") que coloquei no feicibuqui, somente duas corajosas voluntárias se arriscaram a palpitar sobre a minha situação, sendo que, pelo que pude perceber aqui, desde o meu retorno foi este o post mais lido. A opinião mais contundente foi a seguinte:
"Baita questionamento... boa reflexão... porém só você saberá responder a se é chegada a hora dessa mudança que requer muita CORAGEM. E isso você tem de sobra... bj"
Apesar da opinião favorável, devo dizer mais uma vez que a questão da coragem não se aplica a mim, ainda... talvez o adjetivo esteja mais para desespero do que para coragem mesmo... se eu fosse a tal da Irmã Coragem já teria postado fotos minhas aqui, o que não ocorreu (de novo apelo ao advérbio: ainda).
Outro comentário que recebi de uma amiga tão fofa quanto a palpiteira acima comentou nos seguintes termos:
"Acho que está sendo bom para você, seus textos são ótimos e inspiram outras por meio de suas histórias. Agora livre das antigas amarras, sua narração parece mais leve"
Realmente, não consigo entender como minhas covardes histórias podem efetivamente inspirar alguém... minhas peripécias são anônimas, e somente minhas amigas sabem de minha verdadeira identidade, sabem que por trás do Clark Kent (#meudeusquepretensão) se esconde a Mulher Maravilha (#meudeusquepretensãoaoquadrado). Este blog, assim como outros artifícios que uso, servem apenas para eu tocar, ainda que levemente, no universo feminino que me é permitido ver somente através de revistas femininas e canções de Laura Pausini...
Neste ponto, pareço que estou vivendo um episódio da Caverna do Dragão (#quemlembra?). Se eu conseguir atravessar o portão mágico adeus blog, adeus toda a graça, adeus à corajosa, intrépida e divertida Vanessa Jones... ou não?
Iria perguntar isso para vocês, mas, como vocês estão muito quietas, vou me ensimesmar...
sábado, 11 de abril de 2015
Revolução?
Revolucionário Diário,
Bom, agora, onde entra a Revolução? Eu explico...
Quem me conhece razoavelmente sabe que não morro de amores por minha atual profissão. Ok, acho simpática, interessante, confere status, maaaaaaaassss porém, todavia, contudo, entretanto... nunca me encheu os olhos. E antes que alguém me acuse de masoquismo profissional explico: somente embarquei nesta com vistas a ser aprovado em um determinado concurso público que tentei umas três vezes, a.V (antes de Vanessa). Daí por diante, fiquei sem a vaga no concurso e com uma profissão para (me) sustentar...
Só que muitas coisas aconteceram, entre elas o meu sempre crescente processo de vanessização (neologismo criado por minha senhora, que, segundo ela, uma vez posta em marcha de maneira definitiva será o fim do nosso matrimônio... segundo ela, claro...) e a vontade de buscar outros ares profissionais...
Captaram onde estaria a revolução? Esta semana, uma amiga minha, compadecida da minha participação nas estatísticas nacionais de desemprego, sintetizou com rara felicidade a questão com apenas uma pergunta, que acredito ser retórica, pelo uatizapi. Respondi vagamente para ela na ocasião, aqui trato de responder (e espero que ela leie, pois a marcarei no post...) mais aprofundadamente. A pergunta foi a seguinte:
"E a ideia da Vanessa? Não seria essa a hora de mudar?"
Uma pergunta como esta cheira a pólvora queimada para mim... porque a grande questão é essa... mudança... que talvez só viesse definitiva com a realidade dando um tapa bem forte na minha cara nesta exata situação em que me acho agora. E olhe que esta minha amiga sempre foi muito reticente, conservadora, no que tange a qualquer mudança brusca em relação a isso... mas desta vez ela foi exatamente na mosca.
A revolução seria a mudança? A mudança seria a revolução? Ou, como ouvi décadas atrás, nos saudosos tempos de Armação Ilimitada (perdoem-me os leitores mais jovens, essa é pra quem esteve nos anos 80...): será que o dia é hoje, a hora é agora e o momento é já? Ou, como recomendaria o hexagrama, isso teria que aguardar o momento exato (quando mesmo, hein?) acompanhado da hercúlea tarefa de convencer a cada conhecido meu que o que estou fazendo é o mais certo para mim?
Aguardo respostas nos comentários, se possível...
Bom, agora, onde entra a Revolução? Eu explico...
Quem me conhece razoavelmente sabe que não morro de amores por minha atual profissão. Ok, acho simpática, interessante, confere status, maaaaaaaassss porém, todavia, contudo, entretanto... nunca me encheu os olhos. E antes que alguém me acuse de masoquismo profissional explico: somente embarquei nesta com vistas a ser aprovado em um determinado concurso público que tentei umas três vezes, a.V (antes de Vanessa). Daí por diante, fiquei sem a vaga no concurso e com uma profissão para (me) sustentar...
Só que muitas coisas aconteceram, entre elas o meu sempre crescente processo de vanessização (neologismo criado por minha senhora, que, segundo ela, uma vez posta em marcha de maneira definitiva será o fim do nosso matrimônio... segundo ela, claro...) e a vontade de buscar outros ares profissionais...
Captaram onde estaria a revolução? Esta semana, uma amiga minha, compadecida da minha participação nas estatísticas nacionais de desemprego, sintetizou com rara felicidade a questão com apenas uma pergunta, que acredito ser retórica, pelo uatizapi. Respondi vagamente para ela na ocasião, aqui trato de responder (e espero que ela leie, pois a marcarei no post...) mais aprofundadamente. A pergunta foi a seguinte:
"E a ideia da Vanessa? Não seria essa a hora de mudar?"
Uma pergunta como esta cheira a pólvora queimada para mim... porque a grande questão é essa... mudança... que talvez só viesse definitiva com a realidade dando um tapa bem forte na minha cara nesta exata situação em que me acho agora. E olhe que esta minha amiga sempre foi muito reticente, conservadora, no que tange a qualquer mudança brusca em relação a isso... mas desta vez ela foi exatamente na mosca.
A revolução seria a mudança? A mudança seria a revolução? Ou, como ouvi décadas atrás, nos saudosos tempos de Armação Ilimitada (perdoem-me os leitores mais jovens, essa é pra quem esteve nos anos 80...): será que o dia é hoje, a hora é agora e o momento é já? Ou, como recomendaria o hexagrama, isso teria que aguardar o momento exato (quando mesmo, hein?) acompanhado da hercúlea tarefa de convencer a cada conhecido meu que o que estou fazendo é o mais certo para mim?
Aguardo respostas nos comentários, se possível...
Da Interpretação do I Ching
(De novo) Oracular Diário,
Voltando ao penúltimo post, façamos agora uma interpretação dos hexagramas do I Ching que saíram para mim no início deste ano. Quer a resposta? Vamos lá, aí você vai começar a entender a razão de eu ter voltado a lhe escrever...
Tudo corria bem, ou razoavelmente bem, ou melhor, esqueçamos os eufemismos, bem na medida do possível (tem amiga minha leitora deste blog que vai acenar positivamente com a cabeça ao ler isso) no meu antigo trabalho, até eu ter o direito de gozar de merecidas férias no último mês de março, em que salomonicamente dividi em duas partes, a primeira, viajei para o Sul e na segunda parte fiquei de bobeira aqui no Rio.
Aí, ironia das ironias, no dia primeiro de abril (não, estupefata leitora, eu não menti...) retornei ao trabalho apenas por aproximadamente duas horas. Neste intervalo, ouvi uma frase que ressoa nos meus incrédulos ouvidos até agora ("... então eu decidi também rescindir o seu contrato..."). Mais uma vez, mandando os eufemismos para longe, rescisão = demissão...
Fiquei anestesiada, e aos poucos a ficha do karaokê começou a cair insistentemente naquela canção de Maysa ("Meu Mundo Caiu...")...
Bom, dirá você, impaciente diário, o que isso tem a ver com o I Ching? Peço que leia de novo o Hexagrama 63 e compare com a situação que acabei de descrever...
O título dele é até profético... "Após o Fim...". Após o fim vem o quê? A Revolução (Hexagrama 49). É onde me encontro agora, exatamente agora, no olho do furacão, no centro da Revolução... Mas que revolução cara pálida? Ah, tem que te explicar tudo mesmo, é? Ah, vai para o próximo post que eu te explico...
Voltando ao penúltimo post, façamos agora uma interpretação dos hexagramas do I Ching que saíram para mim no início deste ano. Quer a resposta? Vamos lá, aí você vai começar a entender a razão de eu ter voltado a lhe escrever...
Tudo corria bem, ou razoavelmente bem, ou melhor, esqueçamos os eufemismos, bem na medida do possível (tem amiga minha leitora deste blog que vai acenar positivamente com a cabeça ao ler isso) no meu antigo trabalho, até eu ter o direito de gozar de merecidas férias no último mês de março, em que salomonicamente dividi em duas partes, a primeira, viajei para o Sul e na segunda parte fiquei de bobeira aqui no Rio.
Aí, ironia das ironias, no dia primeiro de abril (não, estupefata leitora, eu não menti...) retornei ao trabalho apenas por aproximadamente duas horas. Neste intervalo, ouvi uma frase que ressoa nos meus incrédulos ouvidos até agora ("... então eu decidi também rescindir o seu contrato..."). Mais uma vez, mandando os eufemismos para longe, rescisão = demissão...
Fiquei anestesiada, e aos poucos a ficha do karaokê começou a cair insistentemente naquela canção de Maysa ("Meu Mundo Caiu...")...
Bom, dirá você, impaciente diário, o que isso tem a ver com o I Ching? Peço que leia de novo o Hexagrama 63 e compare com a situação que acabei de descrever...
O título dele é até profético... "Após o Fim...". Após o fim vem o quê? A Revolução (Hexagrama 49). É onde me encontro agora, exatamente agora, no olho do furacão, no centro da Revolução... Mas que revolução cara pálida? Ah, tem que te explicar tudo mesmo, é? Ah, vai para o próximo post que eu te explico...
Querido Diário...
Querido Diário,
Antes de continuarmos falando sobre o I Ching, permita-me um pequeno chiste...
Hoje eu acordei linda (só que não...)
Entendedoras entenderão...
Próximo post, please!
sexta-feira, 10 de abril de 2015
Do I Ching
Oracular Diário,
Desculpa a falha em não escrever ontem. Na verdade, ressenti-me disso, agora que pretendo voltar com força total aqui nessa blogosfera...
Mas, se no post passado escusei-me contigo acerca de meu sumiço, e renovei os votos de contar tudo tintim-por-tintim o que estaria acontecendo com minha vida right now, é necessário que eu retome mais precisamente ao início do ano, em especial o início do ano em (onde mais poderia ser?) Nova Friburgo...
Pois foi lá que passei mais um Revéillon com minha senhora. E lá mais uma vez tive outra daquelas epifanias, desta vez graças ao I Ching...
Explico: o I Ching é o meu oráculo favorito, de origem chinesa, para prever o que irá acontecer no futuro perfeito, imperfeito, mais-que-perfeito ou do pretérito mesmo. Pois é, alguns jogam búzios, outros tarô, alguns outros runas... eu jogo I Ching, na base de três moedinhas pro alto, seis vezes, anoto as caras e as coroas, de acordo com as quantidades de cara e coroa em cada jogada construo um hexagrama que pode se duplicar, caso exista o acaso (que não existe, leia Kardec!) de termos três caras ou três coroas em pelo menos uma jogada. É bem mais simples e muito menos esotérico ou cheio de preparações do que os outros oráculos acima mencionados...
Entenderam todo o procedimento acima? Pois bem, esqueçam, na verdade faltaram-me moedas por lá, joguei o I Ching mesmo foi no aplicativo de celular que baixei (Ah, essa tal mudernidade...). Mas, moedinhas à parte, a resposta foi bem interessante, e que serve de entendimento para os próximos posts... só espero que tenham um pouco de paciência para lê-los...
Ah, por fim: eu sempre tenho o salutar hábito de jogar o I Ching no final de cada ano para perguntar invariavelemente a mesma coisa: "O que eu devo fazer ou esperar para esse ano que vem?" As respostas costumam ser certeiras (impressionante!). E esta, bem, leiam vocês mesmos...
Hexagrama 63 (Após o fim): "Sucesso em pequenas coisas. A perseverança no curso correto traz recompensas, Boa sorte no começo, desordem no final" Quando se obtém o sucesso e se está no auge é que começam os desafios para a sustentação dessa ascensão. nenhuma plenitude, porém, pode ser mantida infinitamente. Esta é a lei do Universo, assim como o Sol a partir do meio dia dirige-se ao crepúsculo, tudo tende ao declínio naturalmente. É por esta razão que um progresso maior só pode ser obtido nos detalhes, em pequenas coisas. O perigo existe quando se relaxa o esforço, deixando que as coisas sigam seu próprio movimento, já que tudo aparenta estar bem. É nisto que reside a raiz da decadência que apressa a desordem final. A desordem, porém, não é uma fatalidade. Aquele(a) que conhece as leis da alternância dos ciclos de prosperidade e de declínio pode administrar os efeitos da inércia e prolongar, graças à perserverança correta, as épocas de prosperidade. "Refletir sobre o infortúnio e se previne de antemão contra ele". São as forças antagônicas que geram energias necessárias à humanidade e ao cosmo, Tais forças exigem a máxima atenção para que possam ficar em relativo equilíbrio e evitar os danos. Você deveria aproveitar esse momento que aponta para um declínio para desenvolver a cautela e a prudência. Deve-se reconhecer os sinais do perigo e saber como afastá-lo no momento oportuno através das precauções necessárias. Acima de tudo, não tente manter a ilusão do ideal que existe agora.
Quarta linha móvel (ou seja, ocorreria três caras ou três coroas, caso fossem jogadas moedas): "As melhores roupas viram farrapos. Seja cauteloso durante todo o dia". Quando pressentir o menor dos perigos, seja ele qual for, não negligencie. Em períodos de fertilidade tudo tende a ser esquecido, criando uma paz superficial. Resolva os problemas para que sejam evitadas maiores consequências.
Em razão desta quarta linha móvel originou-se o Hexagrama 49, este sim, beeeem sinistro para quem acompanha esta blogueira a um tempo razoável, ou para quem conhece um pouco minha história...
Hexagrama 49 (Revolução): "É necessário uma revolução seja em seu ambiente, seja em seu modo de agir". A revolução em si não é algo ruim, vontades diversas propiciam a mudança e a revolução. O fato é que a renovação só alcançará crédito e confiança quando estiver completa, o que significa que as iniciativas e as mudanças devem vir primeiro e que apenas mais tarde se obterá a confiança da maioria ou a concretização da mudança. Mas para que o êxito seja consistente e alcance estabilidade, é indispensável manter a correção da conduta e a cautela, e permanecer atento para agir de modo adequado e no momento oportuno. A revolução é um recurso extremo que só deve ser utilizado quando não há outra saída. A precipitação e a ansiedade, nas épocas de grandes transformações, não só tornam mais inflamadas as forças em jogo, como também podem levar a guerras inúteis e intermináveis. Uma vez vitoriosa a revolução, o arrependimento desaparece, os cuidados e as preocupações se acabam. Estar receptivo às atividades renovadoras das forças celestiais e terrestres permite que tudo se cumpra de modo adequado. "Os tempos mudam e, com eles, as exigências". Assim também mudam as disposições humanas, as estações do ano, e os ciclos cósmicos, em sua infindável renovação. É preciso regularidade dos ciclos e de suas fases. Quando descobrir a ordem que se esconde por trás das mudanças aparentemente caóticas da existência, poderá prever o rumo dos acontecimentos e se adaptar às circunstâncias e exigências dos tempos.
Sinistro não? E isso foi em janeiro. E os frutos desta leitura estão começando a aparecer agora em abril... continuem lendo e saberão...
Desculpa a falha em não escrever ontem. Na verdade, ressenti-me disso, agora que pretendo voltar com força total aqui nessa blogosfera...
Mas, se no post passado escusei-me contigo acerca de meu sumiço, e renovei os votos de contar tudo tintim-por-tintim o que estaria acontecendo com minha vida right now, é necessário que eu retome mais precisamente ao início do ano, em especial o início do ano em (onde mais poderia ser?) Nova Friburgo...
Pois foi lá que passei mais um Revéillon com minha senhora. E lá mais uma vez tive outra daquelas epifanias, desta vez graças ao I Ching...
Explico: o I Ching é o meu oráculo favorito, de origem chinesa, para prever o que irá acontecer no futuro perfeito, imperfeito, mais-que-perfeito ou do pretérito mesmo. Pois é, alguns jogam búzios, outros tarô, alguns outros runas... eu jogo I Ching, na base de três moedinhas pro alto, seis vezes, anoto as caras e as coroas, de acordo com as quantidades de cara e coroa em cada jogada construo um hexagrama que pode se duplicar, caso exista o acaso (que não existe, leia Kardec!) de termos três caras ou três coroas em pelo menos uma jogada. É bem mais simples e muito menos esotérico ou cheio de preparações do que os outros oráculos acima mencionados...
Entenderam todo o procedimento acima? Pois bem, esqueçam, na verdade faltaram-me moedas por lá, joguei o I Ching mesmo foi no aplicativo de celular que baixei (Ah, essa tal mudernidade...). Mas, moedinhas à parte, a resposta foi bem interessante, e que serve de entendimento para os próximos posts... só espero que tenham um pouco de paciência para lê-los...
Ah, por fim: eu sempre tenho o salutar hábito de jogar o I Ching no final de cada ano para perguntar invariavelemente a mesma coisa: "O que eu devo fazer ou esperar para esse ano que vem?" As respostas costumam ser certeiras (impressionante!). E esta, bem, leiam vocês mesmos...
Quarta linha móvel (ou seja, ocorreria três caras ou três coroas, caso fossem jogadas moedas): "As melhores roupas viram farrapos. Seja cauteloso durante todo o dia". Quando pressentir o menor dos perigos, seja ele qual for, não negligencie. Em períodos de fertilidade tudo tende a ser esquecido, criando uma paz superficial. Resolva os problemas para que sejam evitadas maiores consequências.
Em razão desta quarta linha móvel originou-se o Hexagrama 49, este sim, beeeem sinistro para quem acompanha esta blogueira a um tempo razoável, ou para quem conhece um pouco minha história...
Sinistro não? E isso foi em janeiro. E os frutos desta leitura estão começando a aparecer agora em abril... continuem lendo e saberão...
quarta-feira, 8 de abril de 2015
A Volta Da Que Não Foi
Sumido Diário,
Eis que te encontro aqui, velho amigo empoeirado de recordações malucas que vivi no ano passado mas que foram altamente gratificantes... serviu, de um certo modo, para fixar aspectos da minha personalidade que deixei, voluntaria ou involuntariamente, consciente ou inconscientemente, de lado nestas quase quatro décadas de vida incompletas...
Sacudo a poeira de sua capa e vejo o quanto que deixei de registrar aqui o que aconteceu nestes últimos meses...
Mas, se como tudo na vida tem uma explicação, esta também não deixaria de ter. Ei-la:
Os últimos posts estavam ficando decididamente amargos para mim. Iria mexer em situações íntimas que não queriam perder a sua intimidade de maneira nenhuma, ainda que partisse de uma personagem praticamente anônima, como eu. Também iria registrar aqui vários dos meus fracassos em tentar viver uma vida mais condizente com meu lado feminino, o que, também, não é o objetivo primordial deste blog...
Engraçado... relendo alguns posts antigos, vi que muito falei de mim e pouco falei das minhas expectativas, digamos, profissionais... espero que esta nova fase reequilibre a balança, corrigindo esta equação... mas, como era necessário usar este espaço ainda que de forma torta como o analista que nunca tive, o desabafo que nunca dei, era necessário, estritamente necessário que os primeiros noventa e dois posts deste blog fossem feitos nesta direção...
Mas agora... certas coisas mudaram... de uns dias pra cá muita coisa mudou, muito vento foi soprado em frente a uma direção realmente inesperada mas que aos poucos anda tomando uma forma um tanto quanto nebulosa ainda... mas, como diria Zeca, o Pagodinho, vou deixando a vida me levar (embora não goste muito deste conceito, maaaaassss...). Se a preguiça não me impedir, contarei tudo nos próximos dias; atualizarei meu status quo ante, retomarei a história de onde parou...
Velho Diário, não vou mais te maltratar... tirei tua poeira e vi que restam muitas páginas ainda a serem escritas.
Muita vida a ser contada.
Muita vida a ser vivida.
Aguarde(m).
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