Sarcástico Diário,
Recuperando um pouco do sarcasmo dos posts anteriores, o que mais restou implícito deles? Uma questão, que, sinceramente, não sei bem como colocar ou expor no papel, sobre um sentimento que... bom, vou tentar explicar através de alguns tortos raciocínios que fiz hoje pela manhã...
A verdade é que, atrás deste mundo de sonho que imagino para mim quando abrir meus olhos pela manhã e pensar: "daqui por diante passarei a viver como mulher", existe muita coisa a ser feita... uma delas é parar de acreditar que minha versão feminina somente serviria para consumo a partir dos 18 anos até, vamos lá, 60 anos...
Entendeu? É como se você se sentisse inadequada para conviver com crianças e adolescentes por, sei lá, ser uma potencial má influência para eles, um péssimo exemplo ou algo do gênero, e da mesma forma inadequada para conviver com pessoas mais velhas do que você, que teriam uma visão distinta (e valores distintos também) dos dele...
Em ambos os exemplos, você seria considerada, como coloquei anteriormente... uma aberração!
Aberração porque você foge dos padrões normais do que se espera para uma pessoa, ou seja, é aquilo que batizo de complexo de flamenguista (os anti-flamenguistas é que vão adorar isso!), ou seja, uma vez aquilo, sempre aquilo. Você não pode fugir dos padrões, sob pena de (1) se marginalizar e (2), literalmente procurar sua turma, ou seja, se "guetizar" (tirei do termo "gueto"), ou seja, espaços mais ou menos liberais em que você seria aceito ou aceita pelo que você é, e não pelo perigo ou excentricidade que isso representa...
Mas a questão da aberração tem raízes mais profundas. Está ligado a um negócio chamado... (tampem os ouvidos, tirem as crianças da sala!) sexo!
Sim, o bom, velho e mal falado sexo. No momento em que você se apresenta para os outros, especialmente para os menores de 18 e os maiores de 60, fatalmente você se apresenta como uma ameaça para eles. Para os menores, sob a forma de má influência para uma futura vida sexual (ainda que a sua seja menos movimentada do que a de um padre) ou de uma ofensa aos seus valores tradicionais, no caso dos maiores...
Por isso tamanho receio em aparecer vanessizada para os baixinhos e altinhos (Xuxa curtiria isso!): porque, no fundo, no fundo, eu não consigo conceber Vanessa como algo mais além do mero desejo sexual, ou fetiche, podemos dizer assim, de viver como mulher. Ou, em outras palavras, repetindo a conclusão que cheguei hoje pela manhã, a Vanessa que vivo hoje é apenas uma caricatura da mulher que quero ser. Mas isso é assunto para um próximo post...
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