Voltei hoje de Friburgo. E, diferentemente do mágico primeiro fim de semana de agosto, muito embora tenha reservado o dia do sábado inteirinho sem nenhum compromisso (desta vez, sorry Adaptada e Sócia, eu não vi nada de lingeries, roupas íntimas, seja para cds, seja para plus size, seja para cds plus size, como eu), e muito embora tenha mais uma vez me assemelhado à Becky Bloom quanto aos meus desenfreados hábitos consumistas (embora, juro, foram verdadeiras pechinchas perto do que tenho encontrado aqui debaixo da Serra...), mesmo assim...
Mesmo assim não deu liga. Fiquei com um vazio. E me esmerei em repetir a fórmula daquele fim de semana: separei roupinhas, fiz a exposição da minha figura (#clonefeelings) na cidade, mais uma vez me senti a Gisele Bündchen às avessas (todo mundo olhando para mim com espanto...) e, mesmo assim...
Achei um tubinho muito parecido com o que encontrei em agosto, passeei a noite no mesmo horário, fiquei na mesma pousada que fiquei antes (e fiz amizade com a simpatíssima dona de lá) encontrei a mesma vendedora que me atendeu àquela ocasião, em outra loja a mesma menina que ficou me encarando, as mesmas pessoas, mesmo assim...
Mesmo assim ficou um vazio. A alegria meio que deu lugar a uma forma estranha de tédio, um tédio que insiste em dizer para mim mais ou menos o seguinte: "Ok, Nessinha, tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas você sabe muito bem que andar para lá e para cá vestida de menina não vai te trazer nada de útil ou de concreto. Você não tem nenhuma amizade por aqui, dentre os poucos conhecidos muitos você vai fazer questão de se esconder, enfim... se sua vinda pra cá ser só baseada nesta oca tentativa de autoafirmação e daqueles velhos papos de 'ah, aqui eu posso ser feliz' etc e tal, sinto muito, amiguinha... the game is over. Ou você faça algo diferente da próxima vez para valer sua estadia ou suas vindas para cá serão tão insuportáveis que, no futuro, a simples menção de Friburgo te causará um enfado tão grande que você se perguntará porque cargas d´água naquele final de semana de agosto você ficou tão emocionada, a troco de nada."
Meu tédio foi realmente cruel. E, confesso, não foi por falta de vestidos, ou de andar com eles. Foi por falta mesmo de saber o que fazer com eles no futuro. Terei de resolver isso logo, sob pena de, no futuro, Friburgo se tornar, afinal, para mim, o maior palco que eu possa escolher para esta certa espécie de fetichismo oco, estéril e, talvez por isso mesmo, gerador de mais e mais dor para alguém que não quer mais suportá-lo.
Como li no feicibuqui outro dia, se as palavras não conseguem expressar nossos sentimentos, a música consegue. Assim, vamos de Biquiní Cavadão, e não será com a já batida e óbvia, pelo menos para este post, "Tédio", e sim, "Meu Reino":
Ah, sim, como não achei uma versão legendada, leiam a letra, sendo que a última estrofe não tem nesta versão...
"Atrás da porta
Guardo os meus sapatos
Na gaveta do armário
Coloco minhas roupas
Na estante da sala
Vejo muitos livros
E a geladeira conserva o sabor das
refeições
Minha casa é meu reino
mas
eu
preciso de outros sapatosDe outras roupas, outros temperos
Para formar minhas ideias e meus sentimentos
Eu sou a soma de tudo que vejo
E minha casa é um espelho
Onde a noite eu me deito e sonho
com
as coisas maisloucas
Sem saber porque
É porque trago tudo de fora
Violência e dúvida, dinheiro e fé
Trago a imagem de todas as ruas por onde passo
E de alguém que nem sei quem é
E que provavelmente eu não vou mais ver
Mas mesmo assim ela sorriu pra mim
Ela sorriu e ficou na minha casa que é meu reino
É porque trago tudo de fora
E minha casa é um espelho
Trago a imagem de todas as ruas
Eu sou a soma de tudo que vejo
mas mesmo assim, ela sorriu pra mim
Sorriu e ficou na minha casa que é meu reino
Que a razão não diga nada
Os sonhos sempre foram minha fuga
Lembranças perdidas sem sentido
Mas juntas pra mim parecem musica"
PS1: Minha bota está menos madrasta com meus dedos, muito embora ainda doa...
PS2: A quem interessar possa, na nublada Friburgo deste fim de semana fez 14 graus, ao contrário da gélida cidade no início de agosto, com seus míseros 8 graus.
PS3: Desta vez, no passeio de noite, não teve Sandy nem Mayara nem ninguém. Só eu, eu mesmo, e Vanessa (#jimcarreyfeelings)
Nenhum comentário:
Postar um comentário