Ontem depois que escrevi o tal do post sobre a liberdade, uma amiga minha me mandou a seguinte mensagem no feicibuqui, que eu acho que deva ser também a dúvida de algumas pessoas aqui, mas não teria coragem ou jeito de perguntar (como se não tivesse toda a paciência do mundo para
explicar...). Bem, lá vai:
"Oie! Acabei de ler seu post e tenho dúvidas... (...) Ser crossdresser significa pra vc querer ser mulher ou só se vestir como uma? Vc tem a pretensão de mudar de sexo (ok, ok, isso é longe da realidade, mas e se vc pudesse...???). Enfim, dúvidas que pairam..."
Bom, respondi a ela resumidamente o que vou demorar um pouco mais de tempo para explicar aqui. Até o momento ela não respondeu, o que me faz imaginar que ou ela se satisfez com a resposta que dei ou ela aguarda este post (sim, existe também a possibilidade de ela não ter dado a mínima, mas minha autoestima não aguentaria um baque destes...)
Vamos lá então? Primeira questão: o que significa ser crossdresser?
Abro um pequeno parêntese para avisar que não vou apelar a nenhum tratado ou fonte bibliográfica segura sobre o tema. Até os tenho, mas a preguiça de consultá-los faz eu querer responder de memória, ainda que contenha um ou outro erro...o que, aliás, faz parte do jogo... fechando o parênteses e retornando à pergunta...
CROSSDRESSER, literalmente algo como "vestir cruzado" significa todo aquele/a que tem vontade de se vestir com roupas do sexo oposto. Seria o gênero de onde partiriam duas espécies quase gêmeas, o TRAVESTI e o TRANSEXUAL. Mas uma pessoa pode ser apenas crossdresser, desde que, ao contrário das espécies acima descritas, ele use as roupas apenas em alguns momentos do dia, sem ser, literalmente, full time. Pode ser em casa, em eventos, ou mesmo na cama com o seu ou a sua companheira, e, fora destes momentos, se vista como um exemplar vulgar de seu próprio sexo.
O crossdresser também, para enlouquecer mais a cabeça de vocês, não necessariamente teria tendências homossexuais. Existem bissexuais nesta fauna, e, por incrível que pareça, até heterossexuais, que lançam mão de trajes de outro sexo como simples fetiche, por exemplo...
Agora tomem o exemplo de sua professora Vanessinha: eu não me visto full time, somente em períodos específicos do dia (entenda-se à noite, ou de dia quando estou em casa). Quando vou comprar ovos no mercado, o máximo que me permito é usar um top por baixo e/ou uma calçola da vovó por baixo. Sim, tem aqueles momentos tipo São Paulo e Friburgo, mas leiam um pouco mais abaixo...
Até aqui está dando para entender? Posso continuar? Vamos lá então...
Então vocês captaram que o crossdresser é um tarado fetichista que gosta de usar roupas de mulher, em especial calcinhas fio dental (a preferida desta raça...). David Beckham que o diga! A pessoa pode muito bem permanecer a vida toda assim, numa boa, de calcinha em calcinha, de camisola em camisola (como eu...) achando que a vida é bela e nada mais interessaria ou então passar para o próximo nível da coisa, ou seja, virar um TRAVESTI ou um TRANSEXUAL... E qual seria a diferença?
Ambos, diferentemente do Crossdresser, desejam estar vestidos de mulher full time, ou seja, o tempo todo, e, lógica e consequentemente, se identificar socialmente como alguém pertencente àquele sexo. A diferença entre as duas categorias é tênue e científica: o travesti não vê problema algum com o seu sexo biológico, ao passo que o transexual devota um ódio mortal ao que ele carrega entre suas pernas, e deseja, acima de tudo, fazer a tal da cirurgia redesignadora do sexo...
Voltemos agora às perguntas de minha amiga: ser crossdresser significa se vestir como mulher. Querer ser mulher é, usando uma comparação tosca, pular de fase...
E agora, quanto a mim... durante boa parte da minha vida sequer desconfiava o que era ser crossdresser, só vindo a descobrir com aquela leitura da Marie Claire que postei bem no início deste blog. Até lá achava que eu era maluca mesmo... nem homossexual me considerava, mas por que esta mania louca de querer usar vestidos, por exemplo?
Só que... com o tempo passando, estou querendo pular de fase... é justamente isso que deve assustar tanto a minha assustada senhora... então, querida amiga, respondendo de forma mais completa a sua pergunta, eu diria que dentro em pouco tempo eu poderia deixar de ser apenas crossdresser para ser, por enquanto, travesti (confesso: odeio este termo, acho cafona, mas se é o que a nossa língua portuguesa tem para oferecer, fazer o quê?)...
O que significa que, num primeiro momento, não quero me operar. Tenho alguns medos, confesso, que qualifiquei para minha amiga de custo benefício. Primeiramente, dizem que nem todos conseguem ter prazer sexual depois da operação. Se for para ser assim, prefiro ficar com Dr. Pinto ali, bonitinho...
Em segundo lugar, li recentemente uma entrevista de uma trans famosa, a tal da Lea T (filha do não menos famoso Toninho Cerezo, do tempo que nós tínhamos uma Seleção Brasileira de Futebol), que, após fazer a cirurgia, disse desalentada que por mais que ela mexesse no seu magérrimo corpo (todos os seus quilos não devem dar o peso da minha coxa...), ela ainda continuaria sendo homem, o que, vamos combinar, é bem verdade...
Claro que a ideia de uma operação destas me deixa curiosa. Afinal de contas, poderia usar as calcinhas mais minúsculas sem estrangular o Dr. Pinto, biquinis cavados, transar com homens ou consolos não apenas pela porta dos fundos etc... a única coisa que eu perderia (e uma das únicas vantagens que vejo do corpo masculino em relação ao feminino) é a aerodinâmica da micção... sim senhores, para o Dr. Pinto, qualquer poste é lugar para ser feliz e aliviar as tensões, se é que vocês me entendem... já para a desalentada Dra. Shana... disso sentiria falta, confesso,...
Aliás. falando em curiosidade, para quem a tiver, recomendo fortemente ver alguns vídeos no iutubi de como fazer uma cirurgia destas... é horrendo, e, confesso, nunca mais comi banana split depois que vi a série de fotos... na verdade, aquela história de cortar Dr. Pinto é lenda: eles transformam o Dr. Pinto na Dra. Shana da seguinte e cruenta maneira: eles dividem Dr. Pinto (tal como uma banana split, ai....) e cada um dos corpos cavernosos vão se transformar nos grandes lábios da Dra. Shana, Não tive estômago para ver o que eles faziam com o ureter, mas eles, se não me engano, escavam para dar a Dra. Shana a elasticidade e a profundidade que merece. Quanto aos indefectíveis Batman e Robim, inseparáveis amigos do Dr, Pinto, nem desconfio o que viram. Estes devem ir para a lata de lixo da história... mas neste ponto não acreditem muito em mim: lembrem-se, perdi o apetite pela banana split quando vi Dr. Pinto partido ao meio e depois desencorajei-me de ver o resto. Que nojo!
Retornando e concluindo: quero viver como mulher mas sem me operar, pelo menos por enquanto. Mas como as coisas andam rápidas, São Paulo e Friburgo que o digam, não duvido nada de que no próximo ano eu esteja na lista de espera do SUS para uma operação desta natureza (sim, eles fazem essa carnificina por lá...). E aí, retomando o final do post passado, posso olhar para qualquer uma de vocês, e dizer: agora não só a casca, também quanto à lanternagem não devo mais nada... ainda que não seja original de fábrica...
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