Indignado Diário!
Hoje, depois de mais de um mês, acredito, sem dar uma volta nas lojas do meu bairro para ver, literalmente, as modas, levei um susto daqueles: simplesmente a minha loja favorita tinha fechado (o cartaz dava o telefone e alegava "motivos particulares", ou seja, nome genérico para "quer saber? Ligue e saberás..."), além de uma loja que namorava uns dois vestidos estampados, além de dois brechós, devidamente lacrados. O que é isso? Ou a crise atingiu o meu bairro, fechando os tais lugares, ou seus prósperos donos decidiram não mais abrir aos sábados por estarem com as burras cheias da grana, ou viraram judeus ou adventistas. Como não há sinagogas nem templos do sétimo dia aqui por perto, creio que seja sintoma da recessão da Copa que vinha se desenhando a algum tempo...
Mas, numa loja em que pouco vou, vi um macacão preto liiiiindo, informado para mim sob o universal rótulo de "tamanho único", ou seja, veste da magrinha à gordinha (prazer, c´est moi!), além de na sapataria onde comprei duas sandálias, a atendente, me reconhecendo (e dando uma risadinha do tipo: "ah, sua malandrinha...") tentou empurrar a esta pobre e envididada crossdresser (lembram-se de Friburgo? #deliriosdeconsumodevanessajones?) algumas lindas sandálias, enquanto eu queria apenas uma ou duas sapatilhas discretas, preferencialmente pretas? Ou seja, nem tudo está perdido... apesar dos pesares...
Mas como sou brasileira e não desisto nunca, vejam a lindeza de look que achei voltando toda amargurada pela falência do setor de comércio que se avizinha no meu bairro (alô autoridades, cadê vocês?): assim como aquela foto anterior, que uma das minhas amigas pensava que fosse eu, este TAMBÉM é um look que eu gostaria muito de ter/vestir/usar (qualquer das alternativas estava de muito bom tamanho...) Analisemos o look: Uma jaqueta jeans básica (como um dia eu terei...), uma blusa básica (idem), uma bolsa básica, um saião preto liiiiindooo (esse eu já tenho, hehehe), a sapatilha preta (sim, ela está lá pequenininha...)... o único ponto em que realmente devo me lastimar é quanto ao cabelão... estes a natureza me poupou de tê-los, mas, também, apenas por enquanto...
São visões urbanas como estas que me dão esperança em dias mais femininos e cheios de graça, apesar das lojas fechadas, apesar do meu sexo errado, apesar da minha barriga, apesar da minha falta de cabelo, apesar de tudo e de todos, um dia chegarei lá, pois, parafraseando o bom e velho Machado de Assis, esta é a esperança "que fica, eleva, honra e consola..."
PS.: Não, cara amiga que está torcendo, esta AINDA não sou eu...

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