Noturno Diário,
Depois daquela edição especial postada no celular ontem, ocorreu-me um fato singular...
Passeava lentamente por toda a praça de Friburgo, observando o pessoal andando para lá e para cá, indo ou voltando de alguma festa. Atrai alguns olhares, mas como estava sempre ou olhando para o celular ou para o nada, ninguém, salvo um transeunte que me pediu um cigarro, conversou comigo. Mas eu, a gostosa (quem dera...) atraí vários olhares...
Mas, naquele momento de circunspecção, em que estava escutando Sandy (no próximo post falo quais as músicas que escutei...), eis que vejo uma cena muito curiosa: um ser de sexo não identificado, com uma touca na cabeça que não dava para identificar sequer se a raiz era ou não pintada de alguma cor (não se esqueçam: estava oito graus e eu estava com casaco em mãos, mas não o coloquei, no melhor estilo "periguete não sente frio"), com piercing em algum lugar semelhante ao queixo, discutia com duas outras meninas (essas sim, aparentemente dava para identificar) com um violão (!) nas costas. Como as duas meninas abandonaram olimpicamente o objeto cantador de sexo não identificado, este resolveu gritar alguns impaupérios às moças que Sandy não me deixou ouvir.
Como se quisesse desabafar, o ser humano (eu asseguro, não dava meeeesmo para saber o que era) voltou-se para mim falando cobras e lagartos das moças e depois deu-me os parabéns pela coragem em me assumir, dizendo algo do tipo pobre do mundo que precisa que alguém tenha coragem de se assumir assim. O timbre de voz da pessoa me sussurrava dizendo que era uma menina. Agradeci, e a pessoa ainda beijou minha mão, parabenizando-me mais uma vez pela coragem. Perguntei o nome, e veio como resposta Mayara (o y vai por minha conta, não caberia a mim naquele momento questionar se era com i ou y...). Após algumas trocas de gentileza reparei duas coisas: a menina (sim, agora eu sabia se tratar de um exemplar cromossômico xx) mui provavelmente era lésbica e estava sob efeito de algum psicotrópico alucinógeno, seja álcool, drogas, ou, ultimamente, torcer para o Flamengo.
A cena mais engraçada, no entanto, foi ela se despedindo de mim, me desejando boa sorte na minha vida e bom trabalho (!!) Como assim? Será que ela achava que eu estava me prostituindo ou algo do gênero? Tá certo que eu estava com uma bolsinha, mas nem de longe poderia ser um travesti à cata de alguns clientes no frio do inverno friburguense...
Logo depois a menina abandonou nosso colóquio ao ver provavelmente as duas meninas do antepenúltimo parágrafo e acabou sumindo na noite. Mas não sumiram suas palavras de incentivo nem seu beijo em minha mão. Por isso perdoo o seu boa sorte no meu trabalho. Valeu Mayara! (ou será Maiara?)
PS.: Mais ou menos uns quinze minutos depois disso, a mais nova travesti de Friburgo (segundo ela...) retornou aos seus aposentos sem um cliente para chamar de seu...
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