Dominical Diário...
Mal consegui dormir naquela noite... além do frio de menos de dois dígitos, estava excitada pelo meu footing noturno e comecei a agradecer muito a Deus... no feminino, veja você! Só agradecia por aquele momento maravilhoso! E decidi comigo mesma: domingo vai ser ainda melhor: vou tomar café vestida, vou sair de manhã, comprar uma saia linda que vi na feirinha e trocar meu vestido. Como assim trocar o vestido?
Explico: fui ver a etiqueta dele, era um inconfessável 48, e meu manequim, até onde eu sei, fica confortável com um (promete não contar pra ninguém?) 50...
Só que... se eu quisesse fazer isso, meus planos fevestianos iriam demorar um pouco mais, pois pensava em ir com a Sócia por volta de meio dia, mas a loja lá abria somente às duas da tarde... fazer o quê...
Mas isso tudo no mundo maravilhoso de Alice funciona perfeitamente, no de Vanessinha nem sempre. Tive mais uma pequena crise de pânico ao entrar na sala para o café: eu vestia um preto longo básico lindo e uma rasteirinha, além do casaco de lã, para dar uma disfarçada. Fui procurar uma mesa no canto, mas fiquei bem no meio, mas estava sozinha. Os funcionários, se viram meus trajes, nada comentaram (ah, a discrição...) e fui tomar meu café.
De repente chegou um casal, e o pânico tinha retornado. Mas qual não foi a minha surpresa ao saber que se tratava de um casal de deficientes visuais? Não chegavam a serem cegos, eu acho, mas tinham problemas visuais. Aí relaxei, lembrando-me do "Epitáfio" dos Titãs, com seus versos: "o acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído..."
Refeita do susto, voltei ao quarto e peguei minhas coisas rumo ao que me restava de compras: fui vestidinha (mais uma vez um pequeno pânico ao sair do hotel) para a feira achar minha saia. Lá chegando, comprei ainda uma boina de oncinha (para esconder meus cabelos grandes e dar um toque meio estiloso à produção, pelo termo "estiloso" você pode trocar por "fresco", admito...) e a moça que me viu toda empolgada ontem com a saia já foi me vendendo e eu, em mais um de meus acessos, coloquei-a por cima da parte de baixo do vestido e saí, bela e fogosa rumo à frustrada troca do meu vestido, não sem antes passar na única loja aberta num domingo de manhã em Friburgo, fazer a clássica pergunta por vestidos GG, receber a clássica resposta de que não temos mas tem um G aqui que é bem largo, querer provar e fazer minha última prova num tubinho de couro que sabia que não entraria em mim nem por decreto, mas que não me impediu de fazer uma selfie...
E quando disse frustrada foi porque a loja só abriria duas da tarde mesmo. Quando voltava, a Sócia ligou perguntando quando e onde iríamos nos encontrar para, finalmente, irmos à Fevest. Contei do meu drama, mas ela iria também demorar, pois iria fazer um passeio no Teleférico, o que dava tempo de colocar minha bagagem no carro deles, almoçar, trocar a roupa e encontrar com eles depois. E foi o que eu fiz...
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